F1, FIA e Mercedes repudiam termo racista usado por Piquet; Hamilton responde em português
Ex-piloto chamou o heptacampeão mundial de "neguinho". A entrevista ganhou destaque nos últimos dias, após ser divulgada nas redes sociaisNesta terça-feira, 28, a Fórmula 1, a Federação Internacional do Automóvel (FIA) e a Mercedes repudiaram um termo de cunho racista usado pelo ex-piloto Nelson Piquet sobre Lewis Hamilton. O britânico, por sua vez, respondeu o brasileiro em português por meio das redes sociais.
“O neguinho meteu o carro e não deixou [desviar]. O Senna não fez isso. O Senna saiu reto. O neguinho deixou o carro, e é uma curva muito de alta, não tem como passar dois carros. Ele [Hamilton] fez de sacanagem. Sorte que foi que só o outro [Max Verstappen] que se f***”, disse Piquet ao jornalista Ricardo Oliveira, do Canal Enerto.
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O trecho compara o acidente entre Ayrton Senna e Alain Prost, durante a largada do GP do Japão de 1990, e o choque entre Hamilton e Max Verstappen no início do Grande Prêmio de Silverstone de 2021. Neste último, realizado em julho, o inglês tocou o pneu no carro do holandês, que acertou a barreira de proteção, gerou a interrupção da corrida.
A entrevista foi gravada em novembro de 2021 e ganhou muito destaque nos últimos dias, após ser divulgada nas redes sociais. Com a grande repercussão, a Fórmula 1 repudiou o termo “neguinho” utilizado pelo ex-piloto.
“A linguagem discriminatória ou racista é inaceitável sob qualquer forma e não tem parte na sociedade. Lewis é um embaixador incrível do nosso esporte e merece respeito. Seus incansáveis esforços para aumentar a diversidade e a inclusão são uma lição para muitos e algo com o qual estamos comprometidos na F1”, escreveu no Twitter.
“A FIA condena veementemente qualquer linguagem e comportamento racista ou discriminatório, que não tem lugar no esporte ou na sociedade em geral. Expressamos nossa solidariedade a Lewis Hamilton e apoiamos totalmente seu compromisso com a igualdade, diversidade e inclusão no esporte a motor”, acrescentou a Federação Internacional do Automóvel.
Além das entidades, a Mercedes, equipe de Hamilton, também se posicionou sobre a fala de Piquet, afirmando que condena “nos termos mais fortes qualquer uso de linguagem racista ou discriminatória de qualquer tipo”.
“Lewis liderou os esforços do nosso esporte para combater o racismo, e ele é um verdadeiro campeão da diversidade dentro e fora das pistas. Juntos, compartilhamos a visão de automobilismo diversificado e inclusivo, e este incidente destaca a importância fundamental de continuar lutando por um futuro melhor”, publicou no Twitter, recebendo o apoio da Ferrari por meio da resposta “estamos com vocês” e de uma mensagem dizendo que é “contra qualquer forma de descriminação”.
Já Hamilton respondeu um seguidor que sugeriu ao piloto que ele “apenas tuitasse ‘quem é Nelson Piquet?’ e, então, fechasse o Twitter”. “Imagine”, escreveu Lewis, que também publicou uma mensagem em português: “Vamos focar em mudar a mentalidade”.
“É mais do que linguagem. Essas mentalidades arcaicas precisam mudar e não têm lugar no nosso esporte. Eu fui cercado por essas atitudes e alvo na minha vida toda. Houve muito tempo para aprender. Chegou a hora da ação”, concluiu Hamilton.
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