Gerações cearenses conquistam título mundial de jiu-jitsu
Guilherme Santos e João Vitor representaram o Ceará na competição mundial realizada em São Paulo, durante os dias 25 e 28 de novembro, no ginásio do Ibirapuera
19:48 | Dez. 20, 2021
Guilherme Santos, de 48 anos, e João Vitor, de 13, são de gerações diferentes, mas possuem um aspecto em comum: ambos são campeões mundiais de jiu-jitsu. Destaques nas categorias que disputam, a dupla colocou o estado do Ceará no lugar mais alto do pódio no Campeonato Mundial de Jiu-Jitsu 2021, realizado pela Confederação Brasileira da modalidade, no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, durante o mês de novembro.
Natural do Pará, Guilherme mora em Fortaleza desde 1991: “me considero um cearense de coração”, disse o educador físico com especialização em artes marciais — e também policial militar. Líder da equipe Nova União do Ceará, já são mais de 32 anos de prática do esporte e 26 como faixa preta.
“O jiu-jitsu é mais do que esporte, é uma paixão. Sempre competi, sou um competidor e me comprometo com o meu treinamento. Incentivo todos os meus atletas a competirem, a testar o seu conhecimento e a fazê-lo de forma séria, mas, acima de tudo, de forma que os façam felizes. O resultado vem naturalmente. Treino duro, luta fácil: esse é o lema!”
Ao todo, Guilherme treinou e preparou 11 atletas para a disputa do campeonato mundial, totalizando, além do ouro conquistado por ele, outras quatro medalhas: três de bronze e uma de prata. “Muita emoção pois é um título almejado por muitos atletas. Fiquei feliz com a conquista e o sentimento foi de gratidão. Agradeço a minha família, aos meus amigos de profissão e alunos que sempre estiveram ao meu lado, e parabenizo os atletas que se preparam para representar o nosso Ceará com garra, raça e determinação.”
Alguns anos mais jovem, mas com a mesma vontade de vencer, João “Flash Boy”, como é conhecido entre os competidores por ter o costume de finalizar as lutas de forma rápida, têm se destacado e é uma das grandes promessas do jiu-jitsu cearense. Diagnosticado com pré-diabetes aos cinco anos de idade, o esportista encontrou na arte marcial não só um estilo de vida saudável, mas também um propósito para o futuro.
“A médica recomendou que eu fizesse alguma atividade física, e, por meu pai já ter treinado jiu-jitsu alguns anos atrás, foi uma opção. Comecei em uma academia perto da minha casa, gostei e me identifiquei muito. Lá tinham alguns meninos que já estavam começando a competir, um pessoal da minha idade, então eu senti essa vontade de competir para estar naquele meio. Desde 2013 eu já estou nas competições”, relembrou.
Antes da glória do título mundial, João teve de lidar com frustrações. “Minha primeira vez (competindo fora do estado), foi em 2020, no Rio de Janeiro. Lá, não tive bom desempenho, não medalhei. Neste ano, em junho, eu fui para São Paulo, lutar a Sul-Americana, mas, novamente por um vacilo, eu acabei perdendo na primeira luta. Eu me preparei bastante todos os dias para esses dois campeonatos que perdi e a derrota me deixou bem chateado. Treinava, treinava e perdia por um erro bobo."
O desânimo, porém, não faz parte do vocabulário de João, que se reergueu e foi para o campeonato mundial ainda mais forte. “Eu consegui ter uma evolução boa. Eu treinei todos os dias, das 16 horas até 21 horas. No momento em que fui campeão, foi muita euforia e felicidade. Todas as vezes que eu tentei e não tinha dado certo, eu fui lá desta vez, Deus abençoou, e eu consegui me sagrar campeão. Quando eu voltei para Fortaleza, minha família, minha mãe, minhas irmãs me abraçaram e comemoraram comigo essa vitória.”