Apostador possuía arma em casa e falou em morte de Bauermann após aposta falhar
Zagueiro do Santos causou discussão entre investigados após não cumprir suposto combinadoO zagueiro Eduardo Bauermann, do Santos, gerou discussão entre apostadores investigados pela Operação Penalidade Máxima, depois de não receber os cartões supostamente combinados com os suspeitos. As mensagens, que chegaram a falar na morte do jogador, foram levantadas pelo Ministério Público de Goiás. O UOL teve acesso ao documento e publicou a descrição das conversas.
Romário Hugo dos Santos, conhecido como Romarinho, foi questionado em conversa com o contato salvo como "Jesus L@3rCio Didi" a respeito da aposta fracassada que teria sido acordada com Eduardo Bauermann. O lucro seria de R$ 800 mil. Além dos diálogos, a polícia localizou duas armas de fogo e 23 munições na casa de Romário, sem autorização legal.
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Na discussão, Romário é cobrado por um colega a respeito da aposta que não obteve êxito. “Vê aí, mano... Se não, vou mandar pros amigos. Aí eles veem a melhor maneira para resolver isso", disse o contato.
O investigado respondeu afirmando que o suposto acordo com Bauermann não havia dado certo e que o defensor não tinha como pagá-los, mas desejava acertar a dívida com mais tratos. “O truta não tem como pagar nós, o truta quer pagar fazendo os trampos, mano. Infelizmente, vai fazer o que? Vai matar o cara para perder dinheiro? Eu mesmo não vou matar ninguém para perder meu dinheiro, mano. Entendeu, mano?”, declarou o investigado.
Em seguida, Romário disse que Bauermann estaria disposto a ceder parte de seus direitos econômicos para quitar a dívida. “O cara está disposto a dar o bagulho do passe [direitos econômicos] dele para nós, cabe a nós correr e tentar vender o passe dele lá também, mano”. Segundo o relato, o atleta teria três meses de salários atrasados por parte do Santos.
Depois, os suspeitos dialogam sobre o que farão para recuperar o montante perdido. “Então, meu amigo, o que nos resta é isso aí, ou é pegar esse passe dele e vender, mano, ou esperar voltar o Campeonato Brasileiro e fazer umas caminhadas com ele para levantar o dinheiro que perdemos", afirmou Romário.
Ex-atletas do Ceará são citados em investigação
Em meio às denúncias do Ministério Público de Goiás por manipulações na Série A de 2022, o volante Richard e o lateral Nino Paraíba foram citados na investigação da Operação Penalidade Máxima, segundo a Rádio Itatiaia. Na época, os jogadores atuavam pelo Ceará.
Os atletas não foram denunciados formalmente até o momento, mas há capturas de tela de supostas conversas deles com outros membros do esquema.
No caso de Richard, os diálogos obtidos pelo Ministério Público mostram uma conversa entre o volante e o aliciador, com o jogador ressaltando sua fidelidade ao grupo investigado e afirmando que estava “fechado” com o interlocutor.
Nino Paraíba, por sua vez, teve conversas interceptadas mostrando que foi sondado para saber se poderia participar. Ainda que esteja em má qualidade, a imagem mostra uma suposta resposta do atleta. "Qual foi a vez que eu fiz e não tomei?", teria dito.
Em nota, o Ceará afirmou que não foi notificado por qualquer investigação, mas que está à disposição das autoridades para esclarecimento. Nas reportagens que apresentam a denúncia do MP-GO aos atletas, não há nenhuma prova ou citação de participação dos times que os jogadores defendiam.