Após saída de Lucero, Colo-Colo teve dificuldade para encontrar outro goleador

A torcida do Colo-Colo não esconde a repulsa acumulada pelo atacante Juan Martín Lucero, que hoje defende as cores do Fortaleza e jogará contra o time chileno nesta quinta-feira, 10, com a promessa de um estádio David Arellano lotado de torcedores albos – que devem direcionar vaias ao artilheiro. O confronto marca um reencontro do time com seu ex-destaque Lucero e com o Fortaleza, na mesma competição, após a Libertadores de 2022.

A aversão se deu muito pelas questões judiciais que envolveram a negociação do camisa 9 entre Los Caciques e o Leão do Pici. Contudo, além da raiva, parte do sentimento que paira nos torcedores do Colo-Colo pode ser também de saudade – de ter um ofensivo goleador –, por isso alegam traição. Na temporada em que esteve no Chile, Lucero marcou 24 gols – com o Fortaleza sendo uma das vítimas – em 39 jogos e foi o principal nome do ataque.

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Na sequência, a diretoria dos caciques tentou diferentes nomes para sua função e não viu nenhum se aproximar em relação às marcas individuais do 12° maior artilheiro de sua história. Em 2022, além do "El Gato", o time tinha ainda Gabriel Costa (6° maior artilheiro do Colo-Colo) e Pablo Solari. Naquele ano, coletivamente, a torcida alba comemorou 75 gols e os títulos de campeão chileno e da Supercopa do Chile.

Em 2023, com a saída não só do atacante, mas também de Gabriel (Alianza Lima) e Solari (River Plate), o impacto foi direto. O Colo-Colo buscou Dario Lezcano e Benegas, que juntos somaram menos da metade dos gols (10) do camisa 9 que foi para o Tricolor.

O comando ofensivo ficou por conta de Carlos Palacios, meia-ofensivo e segundo-atacante que anotou 13 tentos no ano. O clube foi campeão da Taça Chilena, mas ficou em terceiro lugar na liga nacional e marcou 68 gols na temporada.

Em 2024, o clube reencontrou o caminho das redes e do título nacional, mas não teve uma peça centralizada de destaque como referência novamente. Javier Correa chegou durante o ano, após jogar em Santos Laguna e Estudiantes na mesma temporada, mas atuou pouco: foram cinco gols em 16 jogos.

O principal destaque teve que ser novamente Carlos Palacios, que manteve a mesma quantidade de gols e ultrapassou Lucero na 11° colocação da artilharia história do clube – com o dobro de jogos –, mas dessa vez com a ajuda do ponta-direita Lucas Cepeda e do badalado Arturo Vidal, que marcaram oito tentos cada. O clube conseguiu manter o título da primeira divisão e voltou a vencer a supercopa.

Em 2025, com a saída de Carlos Palacios, a responsabilidade se voltou para o atual dono da camisa 9. Javier Correa precisou corresponder e tem aumentado sua média de gols.

O atacante chega para o confronto ante o Fortaleza com seis gols marcados em nove jogos disputados na temporada, média maior que a de Lucero – que tem sete tentos em 17 partidas no ano. O centroavante dos albos ainda tenta se firmar como referência ofensiva da equipe chilena.

Como os ataques vão se organizar no duelo

O técnico Jorge Almirón, tal qual Vojvoda, ainda rascunha sua equipe, oscilando curiosamente entre os mesmos 3-5-2 e o 4-3-3, recheado de dúvidas na principal onzena. Nos últimos jogos, tentou usar uma 4-2-3-1, até surpreendendo com Vidal pelo lado direito alternando com Zavala, mas treinou com três zagueiros no início da preparação para enfrentar o Fortaleza, com Javier Correa e Cepeda como dupla de ataque.

Por sua vez, Vojvoda não deve ter laterais-direitos à disposição para o duelo – Tinga, Brítez e Mancuso estão lesionados. A expectativa é de que utilize um 3-5-2, com três defensores de origem na linha de zaga. Do meio para frente há muitas dúvidas, inclusive sobre a presença de Lucero como titular. O camisa 9 não tem feito boas atuações e amargou o banco de reservas contra o Mirassol na última partida.