Marinho critica gramado sintético, compara a jogo na altitude e cita vantagem
O atacante do Fortaleza se juntou a outros atletas do futebol brasileiro em uma campanha contra o gramado sintético nos estádios nacionais
O atacante Marinho se juntou a outros atletas do futebol brasileiro em uma campanha contra o gramado sintético nos estádios nacionais. Em entrevista a Espn, o atleta do Fortaleza, entre diversos pontos, citou o que seria uma “vantagem esportiva” das equipes que possuem grama sintética em seus estádios.
“Cara, eu acho que quem decide isso de querer gramado sintético é quem nunca jogou bola. Entendeu? Isso é fato. Eu acho que (os jogadores) somos a maioria porque é a gente que se coloca em campo. Eu vejo muita vantagem para uma equipe que tem gramado sintético, porque gramado sintético é a mesma coisa que jogar na altitude. The Strongest joga lá no estádio deles, ganha de quase todo mundo. Quando ele sai fora, é outra equipe. Ele tem o benefício, a altitude”, afirmou atacante em entrevista a Espn.
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RISCO DE LESÕES
Além da suposta vantagem esportiva, citada por Marinho, o avançado do Leão ressaltou como o impacto do gramado sintético gera dores nos atletas, podendo resultar em lesões, nas quais, segundo ele, podem diminuir a “durabilidade do atleta no esporte”.
“Você acaba um jogo, tá fazendo gelo no joelho, sente o joelho, sente a posterior, dói tudo, né? Não é que o cara é velho, é que começa a sentir mesmo e faz parte. A maioria dos meninos que joga muito tempo nos clubes que tem sintético começa a reclamar: 'Nossa, mas aqui sintético é muito ruim, o joelho começa a doer'. Uma hora alguém vai se machucar, uma hora alguém vai falar que está sentindo e o jogador não vai ter durabilidade, muito tempo jogando. Se passar três, quatro anos jogando numa equipe de sintético, no sexto ano eles aposentam”, enfatizou.
Em outro momento da entrevista, Marinho foi enfático ao afirmar que as pessoas que optam por não utilizar o gramado natural “não estão preocupadas com quem joga”.
“Acho que se as pessoas começassem a parar e pensar 'eu vou ter que jogar no sintético pra ver se é legal mesmo'…, mas normalmente as pessoas que colocam o sintético são pessoas que tão no computador, mexendo no ar-condicionado. Não estão preocupadas com quem joga”, concluiu.
PROTESTOS CONTRA O SINTÉTICO
O atleta do Leão se juntou a um grupo de atletas do futebol brasileiro que, durante esta semana, fizeram postagens nas redes sociais criticando o uso dos gramados sintéticos.
Jogadores como Neymar Jr., Thiago Silva, Bruno Henrique, Philippe Coutinho, Lucas, Alan Patrick, Gabigol encabeçaram o movimento pedindo para que a liga desse ouvido aos jogadores para assegurarem “a qualidade dos gramados nos estádios.”
“Preocupante ver o rumo que o futebol brasileiro está tomando. É um absurdo a gente ter que discutir gramado sintético em nossos campos […] FUTEBOL PROFISSIONAL NÃO SE JOGA EM GRAMADO SINTÉTICO!”, afirmou a nota compartilhada pelos atletas.
LEIA O TEXTO DOS ATLETAS NA ÍNTEGRA
“Preocupante ver o rumo que o futebol brasileiro está tomando. É um absurdo a gente ter que discutir gramado sintético em nossos campos.
Objetivamente, com tamanho e representatividade que tem o nosso futebol, isso não deveria nem ser uma opção. A solução para um gramado ruim é fazer um gramado bom, simples assim.
Nas ligas mais respeitadas do mundo os jogadores são ouvidos e investimentos são feitos para assegurar a qualidade do gramado nos estádios. Trata-se de oferecer qualidade para quem joga e assiste.
Se o Brasil deseja definitivamente estar inserido como protagonista no mercado do futebol mundial, a primeira medida deveria ser exigir qualidade do piso que os atletas jogam e treinam.
FUTEBOL PROFISSIONAL NÃO SE JOGA EM GRAMADO SINTÉTICO!”