Há 40 anos nos EUA, torcedora festeja encontro com Fortaleza na Flórida: "Momento único"
Cearense que vive nos Estados Unidos desde a década de 1990, Lúcia Carranza contou ao Esportes O POVO que fez questão de agradecer aos jogadores e à comissão técnica do Leão pelo bom momento vivido pelo clube nos últimos anosA participação do Fortaleza na Orlando Cup é tida como emblemática por marcar um momento de internacionalização do time, mas não somente por isso.
Para a cearense e professora Lúcia Carranza, que vive nos Estados Unidos desde a década de 1990, a ida do clube para terras norte-americanas também marca um reencontro e, mais do que isso, um episódio importante na história do torcedor que quer ter a oportunidade de estar perto do grupo, que, nos últimos anos, tem figurado bem nos torneios.
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Ao Esportes O POVO, a torcedora tricolor de 60 anos relatou que ficou emocionada desde os primeiros momentos em que o clube foi confirmado na competição de pré-temporada na Flórida, já que ela mora próximo a Port Saint Lucie, cidade onde o Fortaleza está hospedado. Desde então, ela, os filhos e até mesmo um sobrinho tentaram viabilizar um encontro com um grupo, que acabou sendo mediado pelo CEO da SAF do Tricolor, Marcelo Paz.
"Meu sobrinho Samuel Medeiros mora em Foz do Iguaçu, mas sempre acompanhamos os jogos e temos essa conexão. Quando saiu a notícia que o time viria para cá, eu quase caio para trás e ele foi pesquisando sobre. E Deus me deu um presente, que ele tem um amigo que é amigo no Marcelo Paz e conseguiu proporcionar esse encontro", relatou.
Lúcia contou que não quis só se apegar aos retratos e aos abraços, mas quis deixar uma mensagem para o grupo. Ela, que relatou ter vivido altos e baixos com o Tricolor do Pici, fez questão de exaltar o elenco e a comissão técnica.
"Eles gentilmente nos receberam e foi forte, viu? (risos) Eu sou muito emocionada, mas estava muito focada no propósito que era não só abraçar, tirar foto, mas honrá-los. Dizer muito obrigada. (...) Eles abriram todo o acesso para nós e foi um momento único. É difícil ter uma oportunidade dessas e eu estava representando meus amigos de infância, da José Vilar, e recebi muitas mensagens. Estou muito feliz", frisou a professora.
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Ela ainda fez questão de exaltar Vojvoda e os dirigentes. "Não vi todos os jogadores, mas o Pikachu parou para nos atender, conversar, gritamos 'Uh, uh, uh, gol do Pikachu', e sou 'pá virada', emocionada assim. E agradeci a todos, ao Marcelo Paz, ao Alex Santiago, ao professor Vojvoda e foi incrível. Ele é de uma humildade! Acho sobrenatural a paixão dele pelo Fortaleza", pontuou.
A emoção relatada após o encontro com jogadores do Leão não é à toa. Ao Esportes O POVO, Lúcia contou que a paixão pelo clube foi cultivada pela tia “Lala”, hoje com 90 anos, que sempre fez questão de levar a família aos jogos do Tricolor.
“Até os 8 anos de idade, eu morava ali na rua Dona Teresa Cristina, ali no Benfica. E toda minha família já torcia Fortaleza e, quando era um dia de jogos do Fortaleza, eu tenho uma tia que hoje tem 90 anos, querida tia Lala, que juntava a meninada, as crianças, e nós íamos caminhando para o estádio Presidente Vargas. Essa é a memória mais terna que eu tenho. A gente é muito Leão e lembro que, quando acabava o jogo, a gente ganhava um saco de pipoca e um picolé. Isso me marcou tanto. É uma paixão afetiva”, acentuou ela.
Essa paixão resistiu ao tempo e à distância, já que, logo após se formar em Administração na Universidade Estadual do Ceará (UECE), Lúcia partiu em uma viagem para as terras norte-americanas em busca de aprender a falar inglês e por lá ficou, casou e formou família. Com ajuda dos pais e tios, que sempre levavam roupas e adereços do Fortaleza aos filhos dela, Daniel e John Carranza, ela fez questão de passar essa herança aos dois também desde o berço.
“Aqui nos Estados Unidos, uma vez por ano, as escolas fazem o dia do 'time que você ama', então as crianças vão vestidas de Madison, de Chicago Bulls, de todos esses times do Estados Unidos, e os meus filhos iam com a camisa do Fortaleza. Inclusive, eu tenho fotos. O John, meu filho mais novo, até me lembrou quando fomos encontrar o time”, lembrou.
A paixão pelo Fortaleza é motivo de orgulho para Lúcia Carranza, que, empolgada, também aproveitou para exaltar o momento do Tricolor do Pici no futebol brasileiro, atitude que ela disse fazer questão de sempre tomar quando qualquer norte-americano conversa com ela sobre futebol.
“(Com a ascensão do time nos últimos anos) houve uma conquista de novos torcedores e acendeu a chama de pessoas antigas como eu, né? Então hoje, com advento também da internet, eu assisto todos os jogos do Fortaleza aqui em casa e, quando eu vou lá, quando coincide a minha ida em Fortaleza, eu vou no jogo com a minha família. Eles são sócios e é lindo ver aquela torcida, de emocionar, é a torcida mais linda que eu já vi, que eu choro, sabe? Esse fogo reacendeu com essa fase maravilhosa. Fortaleza está passando ao ponto de ter chegado numa Libertadores. Não é pouca coisa, não, para um time nordestino, né?”, salientou ela, que terá um novo encontro nos jogos da Orlando Cup.
“Já temos os ingressos e minha expectativa é alta. Não tenho bandeira, mas vou levar adereços. Corri atrás de um leão (risos) e temos um Pikachu e vai ser ele mesmo. Vamos com as camisas, cornetas e vamos gritar, apoiar e torcer e agradecer. Vai ser um show lindo para mim”, finalizou a torcedora.
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