Bruno Costa relembra surpresa com Cebolinha no Fortaleza: "Presidente, faz um contrato com ele"
O dirigente revelou que percebeu o potencial do jovem Cebolinha ao assistir um jogo no CT Ribamar Bezera ao lado de Marcelo Paz, hoje CEO da SAF do Fortaleza
Com o início de carreira marcado pela proximidade às categorias de base, o executivo de futebol do Fortaleza, Bruno Costa, revelou ao Esportes O POVO uma conversa com Osmar Baquit, presidente do clube entre 2011 e 2014, na qual pediu, em 2012, para que o mandatário da época firmasse um contrato profissional com Everton Cebolinha, hoje atacante do Flamengo e campeão da Copa América com o a seleção brasileira, para garantir uma porcentagem em venda futura.
Segundo relatado pelo diretor, que atuava nas categorias de base da seleção, ele identificou o potencial de Cebolinha em uma partida no CT Ribamar Bezerra, que assistiu ao lado de Marcelo Paz – já amigo na época, que viria a se tornar presidente do clube e depois CEO da SAF do Fortaleza. Naquele momento, o Leão do Pici disputava a Série C do Campeonato Brasileiro e Bruno fazia parte de uma "força tarefa" para blindar jogadores jovens.
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"Eu sabia que era importante vir para a região Nordeste para observar atletas [...] Teve um Fortaleza e Ceará no PV e depois eu fui ver um jogo do Fortaleza no CT Ribamar Bezerra. Nesse jogo, olha como é a vida [...] Eu já conhecia o Marcelo Paz, que na época ele nem sonhava em nada, e ele esteve comigo lá no CT. Eu tinha gostado muito de um atacante, que era o Everton [Cebolinha], e perguntei: 'Esse menino tem contrato profissional?'", relatou o dirigente.
Em 2022, o Fortaleza recebeu cerca de R$ 1,6 milhão com a ida de Everton para o Flamengo. O atleta foi comprado por R$ 72,5 milhões pelo clube carioca, partindo do Benfica. Antes disso, o clube recebeu cerca de R$ 9,5 milhões na venda do cearense pelo Grêmio ao Benfica.
Cebolinha não chegou a atuar pela equipe profissional do Fortaleza, mas foi destaque na base e é torcedor do clube. O atacante foi vendido ao Grêmio em 2013 por R$ 300 mil.
Bruno Costa revelou que, em conversa com Osmar Baquit, presidente do Fortaleza em 2012, sinalizou o perigo do mercado à época. Segundo ele, era uma fase em que identificava muitos "roubos" de jogadores pelos empresários e sondagens abusivas de clubes com maior investimento. Hoje diretor de futebol do clube, Bruno contou que a história é lembrada até hoje no Pici.
"Quando eu vim para o clube, todas as pessoas lembravam dessa história, mas foi uma coisa muito natural que eu fiz. Foi maio ou junho de 2012. Eu perguntei sobre o contrato, mesmo o Fortaleza estando na Série C, e ele não tinha. Eu falei: "Presidente, faz um contrato com ele" porque naquela época vinha tendo muito roubo de jogador [...] Foi quando a gente começou um trabalho de base no Brasil para blindar esses jogadores e os times", contou.
"Eu falei: 'esse menino tem qualidade'. O presidente sentou e fez um contrato com o Everton. Em setembro ou outubro de 2012, ele foi jogar uma competição pelo Fortaleza e foi quando o Grêmio comprou ele [...] Em 2019, quando o Everton foi vendido para o Benfica, o Fortaleza recebeu um percentual do jogador. Foi uma coisa que me marcou muito. É uma história muito bacana que eu já tinha com o clube", finalizou o dirigente.
Hoje, mesmo com as atribuições no mercado profissional pelo Fortaleza, Bruno Costa se aproxima da base, sendo um dos responsáveis pelas conexões e empréstimos dos jogadores. Na montagem de contratos de jogadores captados para o sub-20, Bruno contou que o Tricolor passou a trabalhar com negociações mais seguras.
Os jogadores contratados pela base seguem o mesmo padrão de contratação: empréstimo de um ano com prioridade de compra, assim como foi feito com o meia venezuelano Kervin Andrade. Para os jogadores estrangeiros, que passam a ser ainda mais visados para captação, cláusulas como a de bonificação por convocação, similares a de Kervin, passam a ser uma das adições.