STJD arquiva denúncia de racismo feita por Pedro Augusto em jogo contra o Atlético-MG

O volante tricolor, na ocasião, acusou o meio-campista Battaglia de tê-lo chamado de "negro de merda" após uma confusão durante a partida

O STJD arquivou a denúncia de racismo feita por Pedro Augusto, do Fortaleza, em jogo contra o Atlético-MG, na Arena RMV, no dia 23 de junho, pela 11ª rodada da Série A. Naquela ocasião, o volante tricolor relatou ter sido chamado de “negro de merda” pelo meio-campista Rodrigo Battaglia, do Galo, após uma falta durante a partida.

Em seu depoimento ao STJD, que ocorreu no dia 30 de julho, Pedro Augusto afirmou não se recordar sobre quem estava no lance e disse não saber se alguém escutou o insulto racista proferido por Battaglia. Questionado sobre a possibilidade de ter compreendido de forma errada, o volante do Leão respondeu “ter certeza das palavras que escutou”.

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“Questionado sobre o fato de ser branco, o depoente (Pedro Augusto) disse que, de fato, não se identifica como negro, mas que o insulto não diz respeito somente à cor, envolve inclusive a rixa entre Argentina e Brasil e se trata mais de xenofobia. Relata que já ouviu xingamentos desse tipo ao jogar na Argentina”, cita o documento do STJD sobre a investigação do caso.

No dia 5 de agosto foi a vez de Rodrigo Battaglia expor sua versão do caso ao STJD. O meia argentino negou que tenha praticado racismo e afirmou ter dito, na verdade, “jogador de merda”. O jogador disse, ainda, que Pedro Augusto o “interpretou mal” e frisou que o volante do Fortaleza é “branco”.

Tomás Pochettino, que estava próximo do lance e depôs como testemunha, declarou “recordar o episódio de desentendimento entre Pedro Augusto e Battaglia, mas disse que não se lembra qual foi a briga ou a razão para terem discutido. Explicou que não escutou a frase ‘negro de merda’, e que não sabe o que foi dito”.

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Na Súmula da partida, o árbitro descreveu o atrito entre os atletas da seguinte maneira: “aos 34 minutos do primeiro tempo, o jogador de número 28 da equipe visitante, sr. pedro augusto borges da costa, veio em minha direção relatando que seu adversário de número 21, sr. rodrigo andres battaglia havia o insultado de ‘negro de merda’. Esclareço que este episódio não foi presenciado, tampouco ouvido pela equipe de arbitragem”.

“O caso demanda, entretanto, um olhar cuidadoso sobre a questão da materialidade. Nesse aspecto, a palavra da vítima Pedro Augusto é clara. Seu relato coincide, em grande medida, com aquilo que se vê nas imagens geradas da partida. No entanto, o atleta Battaglia está, no momento do xingamento, de costas para a câmera, de maneira que não é possível analisar sua fala. Ademais, o atleta Tomás Pochettino, colega de clube de Pedro Augusto e que estava entre os dois oponentes no lance, disse que não escutou a frase “negro de merda”, emitiu o STJD sobre o caso.

Assim, Mariana Barros Barreiras, Auditora do Pleno do STJD, determinou o arquivamento do inquérito em função da ausência de prova da materialidade da infração, baseado nos termos do art. 82, §4º, do CBJD.

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