Nahuel cita "filosofia de vida" como elo entre Fortaleza e comissão técnica de Vojvoda

Auxiliar de Vojvoda no Leão, Nahuel contou, em entrevista exclusiva ao Esportes O POVO, sobre os bastidores do trabalho longevo no clube

18:49 | Set. 05, 2024

Por: Mateus Moura
Auxiliar técnico Nahuel Martinez e técnico Vojvoda em treino do Fortaleza no Centro de Excelência Alcides Santos, no Pici (foto: Mateus Lotif/Fortaleza EC)

Dentre os vários trunfos que o projeto do Fortaleza carrega, a longevidade da comissão técnica está entre as principais. O casamento perfeito passou, sobretudo, por um encaixe de “filosofia de vida” entre as partes, algo explicado por Nahuel Martínez e Gastón Liendo, auxiliares de Vojvoda, em entrevista exclusiva ao Esportes O POVO – a primeira deles no Brasil.

“Chegamos a um clube que tem a nossa mesma filosofia de vida, e isso foi, com o crescimento em conjunto, muito bom. A gente encaixou no Fortaleza e o Fortaleza encaixou na gente. Isso fomos conhecendo no dia a dia e trocando, e o Fortaleza nos foi trocando muitas coisas. Hoje nos encontramos em um momento bom devido a tudo que a gente passou, todo o processo de quatro anos de trabalho", contou Nahuel.

Em meio aos sorrisos e descontrações entre Nahuel e Gastón, que se conhecem desde a adolescência por conta do meio futebolístico – ambos têm forte vínculo com a cidade de Rosário, na Argentina, e foram jogadores profissionais, assim como Vojvoda –, questionei o que seria a tal “filosofia de vida” citada que encaixou tão bem. “Humildade, esforço e trabalho”.

“Encaixamos na humildade, no esforço, no trabalho. Juan Pablo, como cabeça da comissão técnica, e nós somos uma comissão técnica trabalhadora, que insiste, resiliente, tentamos entrar nos mínimos detalhes. E encontramos uma diretoria nova, insistente e trabalhadora, com gana de crescer, a mesma vontade que a gente tinha”, explicou.

A trajetória de Nahuel, Gastón e Vojvoda antes do Fortaleza foi um processo importante de amadurecimento e evolução. O mesmo vale para o Leão do Pici. A junção deles, como comissão técnica, com o clube, aconteceu no momento que deveria: ambos tinham convicção de que o casamento daria certo.

“Juan começou no time B do Newell's, depois passou pelo Defensa y Justicia-ARG, Unión La Calera-CHI, Talleres-ARG... Foi uma evolução constante de Juan Pablo como treinador e a gente como comissão. E o Fortaleza fez o mesmo. Um clube do Nordeste, com tudo que isso significa, com ascenso, descenso, ascenso, descenso, e hoje se sustenta na Série A por um tempo longo", contou.

“Sempre foi muito sedutor o Brasileirão”

Em 2021, Vojvoda, Nahuel e Gastón vinham de uma temporada muito positiva na liga chilena, onde foram vice-campeões do torneio nacional com o Unión La Calera – equipe de pouca expressão no país. Na mesa, tinham várias opções de clubes interessados. Naquele “bolo” estava o Fortaleza, que acabara de escapar do rebaixamento em 2020 e vivia cenário de pressão.

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De acordo com Nahuel, entre as conversas sobre o futuro, era perceptível a convicção de Vojvoda em aceitar a proposta do Fortaleza. O futebol brasileiro, apesar da rivalidade, é visto de “um jeito muito grande” na Argentina. Havia a sedução em disputar o Campeonato Brasileiro, embora tivessem escutado sobre as dificuldades do calendário e logística – o que comprovaram no dia a dia.

"O futebol brasileiro na Argentina é sempre visto de um jeito muito grande. À margem da brincadeira entre Brasil e Argentina, se reconhece que Brasil é futebol e futebol é Brasil, um sinônimo. A gente sempre assistia o futebol brasileiro. Sempre foi muito sedutor o Brasileirão, o ambiente brasileiro, mas a gente não conhecia muito realmente do dia a dia”, disse.

Com Afonso Ribeiro.