Kervin, do Fortaleza, lamenta resultado das eleições na Venezuela e pede: "Sem mais mortes"

O jovem meio-campista se posicionou por meio das redes sociais, pedindo paz em seu país de origem

12:09 | Jul. 30, 2024

Por: Rangel Diniz
Kervin Andrade em treinamento com a Seleção da Venezuela (foto: Divulgação / Seleção da Venezuela)

Principal revelação do Fortaleza em 2024, o meia venezuelano Kervin Andrade utilizou suas redes sociais para pedir paz em seu país de origem após o resultado das eleições presidenciais. O jovem atleta de 19 anos, que defendeu sua seleção na última Copa América, se posicionou com frases como "cuidem da nossa gente" e "sem mais mortes".

Hoje no Brasil. atuando como atleta profissional, Kervin mora com a sua mãe, Yexibel Navarro, na capital cearense. Contudo, deixou na Venezuela o seu pai, Mário Andrade, e mais quatro irmãos.

+ Confira a entrevista exclusiva do pai de Kervin ao O POVO contando a trajetória do atletada Venezuela ao Fortaleza(27/01/2024)

A Venezuela realizou eleições presidenciais no último domingo, 28 de julho. Foi a primeira vez que partidos opositores participaram das eleições desde 2015 e, desde o princípio, o processo foi permeado de acusações, vindas da própria oposição e de mecanismos internacionais, sobre uma suposta intervenção por parte do Governo de Maduro.

Tratado como joia no Fortaleza, o meia surgiu como destaque na Copa São Paulo de Futebol Júnior, no começo do ano. Depois, aproveitou as oportunidades dadas por Juan Pablo Vojvoda e já soma 10 gols e cinco assistências na equipe principal.

Entenda a situação política no país de Kervin

Primeiro, a candidata inicial da oposição, Maria Corina Machado, foi considerada inelegível por 15 anos, sendo impedida de participar das eleições deste. A candidata a substituí-la, Corina Yoris, também teve a candidatura indeferida. O representante acabou sendo Edmundo González Urrutia.

+ Entenda as eleições da Venezuela

As substituições provocaram acusações de interferência do governo de Maduro no processo de escolha. A situação afetaria o acordo de Barbados, assinado em 2023, no qual a Venezuela se comprometeu com eleições transparentes.

Além disso, na reta final, os ânimos escalonaram. Maduro chegou a dizer que pode haver "banho de sangue" e "guerra civil" caso ele não vença. No fim, em um discurso mais “ameno” disse que iria reconhecer os resultados das eleições.

Após o fechamento das urnas, houve um ataque hacker ao sistema de transmissão de dados do CNE (Conselho Nacional Eleitoral), o que gerou mais questionamentos à legitimidade dos resultados.

Maduro obteve mais de 5,15 milhões de votos (51,20%), segundo o CNE, controlado pelo chavismo. O candidato opositor, Edmundo González Urrutia, teve 4,4 milhões de votos (44,2%). A diferença seria de 704 mil votos.

O presidente governa desde 2013, em um cenário de instabilidade social, política e econômica. O País ainda passa por uma crise migratória, com mais de 7 milhões de refugiados, fugidos do regime.

Com Ludmyla Barros