Sport alega que punição do STJD foi "descabida e injusta" e indica que irá recorrer na justiça

Ao decorrer da nota oficial, o Rubro-Negro indicou que entende o problema como social e não desportivo

Em nota oficial lançada na noite desta terça-feira, 12, o Sport Club do Recife realizou seu posicionamento quanto à decisão do Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que puniu o clube pernambucano com oito jogos de portões fechados e pagamento de R$ 8o mil pelo atentado realizado pela sua torcida organizada contra a delegação do Fortaleza após o duelo das equipes pela Copa do Nordeste.

Na nota, o clube tratou a decisão como “descabida e injusta” e avisou que irá recorrer na justiça por meio de sua vice-presidência jurídica. Ademais, indicou que “não punir esses indivíduos, e sim os clubes, é um caminho desleixado para um problema tão sério”. Ao decorrer do documento, o Rubro-Negro indicou que entende o problema como social e não desportivo.

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Na audiência on-line que culminou na decisão, a comissão disciplinar decidiu, por maioria, aplicar o artigo 213 do Código Brasileiro De Justiça Desportiva ao Sport. Com isso, o clube foi penalizado com oito jogos com portões fechados como mandante. A carga de ingresso como visitante também segue afetada até o cumprimento da punição como mandante.

Confira a nota completa

“O Sport Club do Recife se posiciona contrário à punição imposta pela Segunda Comissão Disciplinar do STJD, na manhã desta terça-feira (12). A vice-presidência jurídica do Clube vai recorrer dessa decisão descabida e injusta.

Não se pode novamente tratar de um tema tão complexo, que hoje é uma chaga nacional, de maneira tão rasa. Não é possível ir pelo caminho de decisões comprovadamente ineficazes só para criar uma falsa sensação de justiça que nada reflete na realidade e que em nada resulta na redução da violência. É só mais uma cortina de fumaça.

Pelo contrário. Esse tipo de punição coletiva, na verdade, atinge milhões de torcedores inocentes e instituições com centenas de trabalhadores, profissionais e prestadores de serviço, deixando justamente o caminho livre para os verdadeiros criminosos cometerem atos de covardia e violência, como aconteceu no dia 22 de fevereiro. Criminosos que continuam soltos por aí, sem nenhuma responsabilidade dos atos e que seguem aterrorizando a todos que vivem o futebol brasileiro, independente de time, cidade ou Estado. O Sport não pode ser responsabilizado por isso!

Punir uma instituição que não tem nenhuma relação com a torcida organizada, que cumpriu com todas as orientações de segurança e que não tem nenhum poder de Estado para coibir bandidos pela cidade não é fazer justiça. É querer mostrar serviço sem atentar para o verdadeiro problema. A punição, além de não resolver, acoberta e tira o foco e a pressão de se investigar os culpados e as organizações criminosas por trás dos atos.

Não punir esses indivíduos, e sim os clubes, é um caminho desleixado para um problema tão sério. Estamos vivendo um problema social e não desportivo. Uma crise de segurança pública, de norte a sul, rodada após rodada. É preciso entender e levar a sério a complexidade do tema. Cobrar atitude dos órgãos responsáveis. Afinal, nenhum clube do Brasil vai resolver esse grave problema sozinho.

Só com comprometimento total do poder público, responsabilidade, rigidez e cooperação dos serviços de inteligência é que vamos avançar”.

Relembre o atentado

Após o empate entre Fortaleza e Sport na noite do dia 21 de fevereiro, em partida válida pela Copa do Nordeste, o ônibus que levava a delegação do time cearense foi atacado com pedras e bombas por membros da torcida organizada do Sport.

Na ocasião, jogadores e comissão técnica sofreram escoriações e alguns jogadores, entre eles Gonzalo Escobar e Titi, tiveram lesões mais sérias e seguem sem relacionados para os jogos do Tricolor.Para além das lesões físicas, o CEO do clube, Marcelo Paz, relatou que o dia a dia em Centro de Excelência Alcides Santos seguia triste com o atentado. Abalado emocionalmente, o atacante Thiago Galhardo chegou a pedir afastamento do clube, por 15 dias, para cuidar de sua saúde mental e já voltou à rotina do clube.

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