"Belíssimo gesto", diz Paz após Sport entrar em campo com uniforme do Fortaleza

O time pernambucano permaneceu com a camisa do Fortaleza até minutos antes ao início da partida contra o Náutico. A ação foi uma homenagem ao Tricolor após o atentado sofrido em Pernambuco

11:29 | Fev. 25, 2024

Por: Mateus Moura
Marcelo Paz, CEO da SAF do Fortaleza, analisa Grupo D da Sul-Americana, que tem Fortaleza, Boca Juniors, Nacional Potosí e Sportivo Trinidense (foto: Matheus Amorim/Fortaleza EC)

No último sábado, antes do início do clássico contra o Náutico, o Sport entrou em campo vestido com o uniforme do Fortaleza como forma de homenagear o clube cearense após o atentado sofrido pela delegação tricolor em Pernambuco. Para Marcelo Paz, CEO da SAF do Leão do Pici, a atitude do Rubro-Negro foi um “belíssimo gesto”.

+ Jogadores do Sport entram em campo com camisa do Fortaleza após atentado no Recife

Em entrevista coletiva após o treino aberto que aconteceu no Centro de Excelência no último sábado, o dirigente explicou que recebeu uma ligação de Yuri Romão, presidente do Sport, perguntando se ele validava a ação. Paz achou a ideia interessante, nobre e incomum, e não se colocou contra.

“O Sport entrou com a camisa do Fortaleza e eu achei um belíssimo gesto. Achei nobre e incomum. É muito difícil um time entrar com a camisa de outro time. Então parabenizo a diretoria. Soube disso ontem de noite (sexta-feira, 24). Guardei segredo, lógico, para não atrapalhar uma ação interessante. O presidente do Sport me ligou perguntando se a gente validava e eu disse ‘ótimo, se é para a gente construir cada vez mais o clima de paz’. Achei um belo gesto, diferente. A faixa que eles entraram também, o texto corretíssimo, ‘o adversário é o crime’”, contou.

Para Marcelo Paz, o gesto pode impulsionar outras ações para que, na prática, a realidade de violência no futebol possa ser mudada. O dirigente ainda cobrou leis mais rígidas para punir pessoas que fazem esse tipo de violência.

“Que a partir disso, venham outras ações e na prática a gente possa mudar essa realidade de agressão que tem ao profissional do futebol. Jogar bomba no ônibus é a pior das coisas, mas isso começa em agressão nas redes sociais, em humilhação, ameaça e xingamentos. Privação de não poder ir em um supermercado, às vezes no CT e no aeroporto. Isso vai culminando e piorando até chegar nesse tipo de agressão que poderia ter tirado a vida de um atleta. Eu acho que o futebol como um todo tem que se levantar contra isso e ter uma lei muito rígida para punir as pessoas que fazem esse tipo de violência”, enfatizou.

Paz comenta decisão do STJD e cobra punição criminal aos responsáveis

Questionado sobre a decisão do STJD, que determinou que o Sport jogará com portões fechados, sem a presença de torcida, em competições organizadas pela CBF, Marcelo Paz disse que é uma medida preliminar, mas que para ele, a punição principal precisa ser aos que cometeram o atentado.

“O STJD tomou a decisão que achou necessária fazer. É uma decisão preliminar e ela vai até o julgamento. Para mim, os principais que precisam ser punidos são os que jogaram pedra e bomba. Essas pessoas têm que ser punidas do ponto de vista criminal, porque assumiram o risco de matar. Para mim a principal punição é essa. As esferas esportivas têm suas outras punições e o STJD fez essa punição preliminar”, disse.