Paz relata 1.200 lesões e choro de jogadores após atentado: "Vi a morte perto de mim"

Sobre o dia-a-dia no clube, o ex-presidente do clube revelou que ainda vê alguns jogadores chorando pelo ocorrido e acrescentou que familiares e funcionários também estão sensíveis. "Todo mundo sentiu"

O CEO da SAF do Fortaleza, Marcelo Paz, concedeu entrevista após o treino aberto neste sábado, 24, e deu mais detalhes sobre o dia-a-dia do clube após o atentado contra o ônibus que levava a delegação do Tricolor na última quinta-feira, 22, que deixou seis jogadores feridos.

Paz relembrou o atentado, classificou como “terror” os momentos dentro do coletivo e confessou o desespero de não saber se havia alguém gravemente ferido ou até mesmo morto.

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“Eu vi o terror perto de mim, vi a morte perto de mim. Na hora do acontecido, a gente não sabia se alguém tinha morrido, se alguém estava gravemente ferido. É um desespero”, relatou.

"E eu sei o que eu vivi e o que eu estou vivendo aqui no Pici, no dia a dia, de ver jogador chorando, saber de familiar de jogador que está chorando, funcionário... Todo mundo sentiu. Essa dor eu não quero que se repita com outros colegas de outros times. Que a gente levante essa voz, batalhe, cobre até ter um culpado", pontuou.

Paz ainda revelou que o exame de corpo de delito feito nos atletas detectou mais de 1.200 lesões corporais nos jogadores após o atentado ao ônibus da delegação na última quinta-feira, 22.

"Não vou sossegar"

Marcelo Paz foi rígido ao cobrar ações das autoridades e lembrou do ataque ao coletivo do Bahia há dois anos, atentado pelo qual ninguém foi preso até então. “É isso que a gente quer de novo?”, questionou.

Ainda solicitando respostas às autoridades, Paz estranhou a falta de imagens de segurança no local do atentado.

“Isso me deixa com dúvida, sabe? Porque em todo lugar do Brasil na cidade mais simples, no local mais simples sempre tem uma câmera de segurança captando imagem, e misteriosamente lá não tem câmera de segurança nenhuma, nem no deslocamento, nem depois na saída, eu acho muito estranho isso, sabe?” levantou o questionamento.

Por fim, o dirigente afirmou que não vai descansar até encontrar os autores do crime. “Eu não vou sossegar e peço que as pessoas continuem nos ajudando, no Brasil inteiro, para que se identifiquem os culpados de forma exemplar”, finalizou.

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