Fortaleza convoca torcida para treino no Pici após atentado: "Hora de abraçar nosso time"

Atividade do Tricolor neste sábado, 24, às 16 horas, terá presença dos torcedores para prestar apoio ao elenco após episódio de violência em Pernambuco

10:36 | Fev. 24, 2024

Por: Afonso Ribeiro
Técnico Vojvoda em treino do Fortaleza no Centro de Excelência Alcides Santos, no Pici (foto: Mateus Lotif/Fortaleza EC)

Dois dias depois do atentado que feriu seis jogadores e chocou o futebol brasileiro, o Fortaleza quer contar com o apoio da torcida. O clube anunciou que o treino deste sábado, 24, às 16 horas, no Centro de Excelência Alcides Santos, no Pici, será aberto para os torcedores. "Hora de abraçar o nosso time", diz o comunicado do Leão.

Na última sexta-feira, 23, alguns tricolores se mobilizavam para um suposto treino aberto após publicação do presidente de uma torcida organizada — era a primeira atividade após o episódio de violência em Pernambuco. O clube chegou a informar que não haveria treino aberto na sexta "e nem nos próximos dias", mas resolveu mudar de ideia "atendendo a pedidos".

A mobilização dos torcedores e a iniciativa do Fortaleza têm como objetivo prestar apoio aos atletas diante do trauma causado pela tentativa de homicídio por parte de torcedores do Sport na Região Metropolitana do Recife, na saída da Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata. O ônibus da delegação tricolor foi atingido com explosivos e pedras.

"É importante que a gente entenda que não são só os seis atletas que estão mais machucados que têm sequelas. Todos os atletas, comissão e diretoria podem trazer algumas sequelas psicológicas com até um longo prazo", ponderou Cláudio Maurício, vice-presidente e chefe do departamento médico do Leão.

Diante da posição do elenco de não voltar a campo uma semana depois do ocorrido, o Fortaleza solicitou à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) o adiamento do jogo contra o Fluminense-PI, marcado para quinta-feira, 29, pela Copa do Brasil. O duelo seria transferido para o próximo sábado, 2. O clube ainda aguarda definição da entidade.

Quadro clínico dos jogadores

Na última quinta-feira, 22, horas depois do desembarque em Fortaleza, os seis atletas feridos — João Ricardo, Dudu, Brítez, Titi, Gonzalo Escobar e Lucas Sasha — foram avaliados pelo departamento médico do clube.

Escobar, que foi atingido com uma pedra na cabeça, teve cortes no rosto e precisou de 13 pontos, além de sofrer trauma cranioencefálico, o que causou breve perda de consciência. Ao chegar ao hospital do Recife, foi encaminhado inicialmente para uma UTI.

"Ele está bem abatido. Por ter tido um trauma cranioencefálico, vai seguir o protocolo de, pelo menos, uma semana. Vamos dar o máximo de suporte psicológico. Ele está bem abalado", disse Cláudio Maurício.

Titi ficou estilhaços de vidro na perna e terá de passar por pequeno procedimento, mas, de acordo com o médico tricolor, "está bem, com um pouco de desconforto". Brítez teve lesões nos tornozelos, inclusive com uma inflamação próxima ao tendão de Aquiles.

Dudu tem "várias pequenas lesões de fragmentos no braço, na perna e na cabeça" e também sequelas dos ferimentos. Lucas Sasha apresenta lesões na perna e no braço, "mas está com uma evolução positiva". Já João Ricardo teve trauma e corte na cabeça.

*Atualizada às 11h04min