Paz diz que Bruno Gomes e Felipinho estavam "apalavrados": "Prefiro ser enganado do que ser o enganador"

Em entrevista coletiva, o dirigente explicou detalhadamente tudo que aconteceu nos bastidores das negociações com os volantes, que chegaram a ter acerto encaminhado com o Leão, mas fecharam com outros clubes

De forma franca e detalhada, Marcelo Paz, CEO da SAF do Fortaleza, explicou tudo que aconteceu nos bastidores das tratativas envolvendo os volantes Felipinho (ex-Ponte Preta) e Bruno Gomes (ex-Coritiba), que estavam apalavrados com o clube e mudaram o curso das negociações para acertar com o Athletico-PR e Internacional, respectivamente.

Em entrevista coletiva, o dirigente tricolor explicou que já havia alinhado tudo com os atletas e seus representantes, incluindo contrato, salário e comissões, e que ambos jogadores tinham dado a palavra de que fechariam com o Fortaleza. No fim das contas, os dois não cumpriram com o prometido. Para Paz, o clube “foi enganado” pelos atletas.

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“Felipinho e Bruno Gomes apalavraram com o Fortaleza. Discutiram contrato, salário, condição e comissão. Tudo através de seus empresários. Deram a palavra, e a palavra precisa ser honrada. ‘A, o Fortaleza foi enganado?’, foi enganado. Mas eu prefiro ser enganado do que ser o enganador. Os jogadores deram a palavra através dos seus representantes e depois mudaram o destino. Não vejo problema nenhum de qualquer jogador negociar ao mesmo tempo com dois ou três clubes. Ele vai ver o que é melhor. Agora deu a palavra, tem que cumprir. Deram a palavra e não quiseram vir para o Fortaleza depois porque apareceu algo melhor”, explicou.

Na sequência, Paz comentou especificamente sobre o caso de cada um dos atletas. O primeiro foi Felipinho. O dirigente, em sua fala, revelou que o volante chegou a ligar chorando para Bruno Costa, diretor executivo do Leão, afirmando que ir para o Fortaleza era o sonho da vida dele.

“Felipinho deu a palavra. O Felipinho ligou pro Bruno Costa chorando. ‘Cara, eu quero ir pro Fortaleza. Isso é o sonho da minha vida, vocês vão me dar um baita contrato’, e depois foi para outro canto. Por que o Fortaleza não fechou? Porque eu negociei com o dirigente da Ponte Preta e ele disse que estava tudo fechado. Disse que estavam no começo do Campeonato Paulista e tinham que garantir a permanência do time, pediu para esperar mais um pouquinho. Nessa de esperar mais um pouquinho, o Athletico-PR veio, fez uma proposta muito maior para a Ponte Preta e para o jogador, e o jogador foi. Só que tinha dado a palavra pra gente”, comentou.

Já sobre Bruno Gomes, Paz comentou que o cenário foi semelhante ao de Felipinho, mas com algumas diferenças. Em relação ao ex-volante do Coritiba, o dirigente tricolor explicou que encaminhou a contratação, mas que a convocação do atleta para a seleção brasileira que disputou o pré-Olímpico travou a negociação. Neste intervalo, o Internacional apareceu ofertando valores fora da realidade do Fortaleza.

“O Bruno Gomes foi algo muito parecido. A gente fechou tudo, tempo de contrato e salário, e o Bruno Gomes foi convocado pela seleção brasileira. Na hora que foi convocado, o Coritiba disse ‘pera aí, agora ele foi convocado, temos investidores’. Eles pediram para dar uma segurada. Normal, o jogador se valoriza, poderia ter uma negociação para a Europa. Nesse tempo, o Internacional chegou e disse que queria também o Bruno Gomes. O Bruno Gomes que tinha saído do Internacional sem jogar. Ele não deve ter feito dois ou três jogos de 90 minutos na primeira passagem dele. O Internacional tinha uma prioridade, pois detém 50% do jogador, e vieram com um número para o jogador que eu jamais iria dar. Se eu desse, estaria criando um problema aqui”, disse.

“Eu não vou tomar medidas irresponsáveis”, diz Marcelo Paz

Marcelo Paz utilizou como exemplo as situações de Felipinho e Bruno Gomes para pontuar que não tomará nenhuma medida irresponsável no Fortaleza. O dirigente criticou o atual momento do futebol brasileiro em relação ao mercado da bola e projetou que, pela forma irresponsável como alguns times estão agindo, em breve muitos irão “quebrar”.

"Eu não vou tomar medidas irresponsáveis. Irresponsabilidade quebra clube de futebol. Sabe o que quebra um clube em crescimento? É o crescimento irresponsável, sem medida. Se olharmos para trás, e vou falar apenas de clubes da Série A para não parecer que estou querendo fazer algum tipo de provocação ao nosso rival. Tem muito clube de Série A que vai quebrar em breve, porque estão agindo de forma muito irresponsável no mercado, pagando valores em compra, salários, luvas e comissão, e eu não vou fazer isso com o Fortaleza. Em respeito a nossa história e aos jogadores que estão aqui. Porque na hora que eu trago um novo jogador com salário acima do que o mercado paga, os que estão aqui vão dizer ‘pera aí, eu também quero’", enfatizou.

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