Marcelo Paz critica organizadas e defende rompimento do Fortaleza: "Estavam se matando"

A decisão do Tricolor do Pici ocorreu, dentre os motivos, por conta da briga em frente à sede do clube, na última sexta-feira, 29. Anteriormente, TUF e JGT brigaram na Arena Corinthians, na semifinal da Sul-Americana

17:27 | Out. 01, 2023

Por: Victor Barros
Marcelo Paz, CEO da SAF do Fortaleza, analisa Grupo D da Sul-Americana, que tem Fortaleza, Boca Juniors, Nacional Potosí e Sportivo Trinidense (foto: Matheus Amorim/Fortaleza EC)

Por conta de uma série de episódios de violência, o Fortaleza anunciou, no último sábado, 29, o rompimento institucional com as duas principais organizadas do clube, a Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF) e a Jovem Garra Tricolor (JGT). A decisão chamou atenção e repercutiu intensamente entre os tricolores. Na manhã deste domingo, 1º, o presidente do clube, Marcelo Paz, em entrevista à Rádio CBN, revelou os motivos que levaram a tal medida.

Na oportunidade, o mandatário pontuou que a todo momento buscou o diálogo entre os dois grupos, tentando entender o posicionamento de ambos os lados.

"Eu intermediei muitos diálogos com eles. Tentamos entender a problemática. Questão de torcida, de hierarquia de torcida. Quem é a torcida maior bota a faixa primeiro, quem bota depois. Tudo isso a gente foi se aprofundar, conversar, entender. Eles passaram do limite ao brigar em São Paulo, na casa dos outros, espetáculo feio”, afirmou o dirigente.

Como citado pelo mandatário tricolor, TUF e JGT protagonizaram episódios de violência nas arquibancadas da Neo Química Arena, em São Paulo, durante o jogo de ida da semifinal da Copa Sul-Americana, diante do Corinthians, na última terça-feira, 26. O motivo da confusão havia sido disputa por espaço para estender faixas. As brigas ocorreram antes da partida e na reta final do duelo.

Por conta da confusão na capital paulista, a Polícia Militar do Estado do Ceará (PMCE) determinou que TUF e JGT ficassem suspensas por dois jogos (Grêmio e Corinthians). No entanto, mesmo com essa definição, o estopim para o rompimento do Fortaleza veio na sexta-feira, 29.

Na saída da sede do clube, no Pici, integrantes das duas torcidas se enfrentaram. Segundo Paz, os grupos não estão em sintonia com o momento futebolístico da equipe.

"Neste momento, não estão valorizando a instituição, não estão valorizando o momento desportivo do clube. Eles estão apenas numa briga por espaço, de ego, vaidade, de quem manda mais, quem manda menos, e o clube sendo punido, sendo prejudicado. O torcedor comum clamando em rede social: por favor, façam alguma coisa porque não quero mais ir ao estádio, não quero levar meu filho, inúmeros pessoas, não vou mais para esse jogo contra o Grêmio", disse o dirigente do tricolor a respeito desse cenário conflituoso.

Marcelo Paz ainda destacou o significado dessa quebra de relação com TUF e JGT, enfatizando o que acontecerá na prática. "Significa (o rompimento) que a gente não reconhece mais as duas torcidas por tempo indeterminado. Não vai ter mais venda de ingresso na sede deles. O clube cedia, tinha cortesia para quantidade de pessoas, tinham alguns apoios para viagens externas, apoio logístico para fazer mosaico", disse ele.

“O Fortaleza rompeu qualquer relação com as duas organizadas. Os próprios líderes das duas organizadas reconhecem que no momento tinha que ser feito isso. Eles estavam literalmente se matando. A tendência de ter uma morte, duas ou mais era iminente. Eles reconheceram que precisava", finalizou o presidente, revelando a posição das torcidas.