Paz cita principais acertos no Fortaleza: "Não demitir Ceni em 2018 e Vojvoda ano passado"

O presidente do Leão do Pici participou de entrevista na ESPN e comentou sobre as permanências de Rogério Ceni e Vojvoda, além de comentar sobre a SAF recém-criada pelo clube

12:59 | Set. 26, 2023

Por: Guilherme de Andrade
FORTALEZA-CE, BRASIL, 12-07-2023: Marcelo Paz, Presidente do Fortaleza. Assembleia do Fortaleza Esporte Clube para falar da mudança para SAF. (Foto: Aurelio Alves/O Povo) (foto: AURÉLIO ALVES)

Em 2018, o Fortaleza manteve Rogério Ceni após a derrota na final do estadual para o Ceará. O mesmo aconteceu com Vojvoda no último ano, quando a equipe ocupava a lanterna do Brasileirão. Durante entrevista ao Sportscenter, da ESPN, na noite desta segunda-feira, 25, o presidente Marcelo Paz revelou que as manutenções dos trabalhos dos dois técnicos, mesmo em meio aos resultados negativos, foram os principais acertos de sua gestão.

“Não demitir o Rogério Ceni em 2018 e o Vojvoda ano passado. Acho que esses foram os principais acertos. Com o Rogério em 2018 nós perdemos o estadual e 90% da torcida pedia demissão, xingava ele no estádio e me chamaram de frouxo, que não demite, que ia perder o centenário. A gente manteve e ele conquistou o título da Série B. Manter o trabalho dele foi algo significativo. E o Vojvoda ano passado também. As pessoas diziam: ‘ah, esse time não dá mais liga. Você não tá vendo que os jogadores não respondem mais? O ciclo acabou. Tudo que você fez nos anos anteriores não vai valer nada se o time cair’. E a gente manteve o trabalho.”

“Você tem que tomar uma decisão pensando no clube e não em si. Para mim, naquele momento, era muito mais fácil demitir. Eu me aliviava, tomava a decisão, trazia outro nome. É o normal. Mas será que o outro nome iria resolver o problema do Fortaleza? Não ia resolver. Vojvoda tinha entregue todos os resultados possíveis anteriores. Então ele era o cara mais preparado para dar o próximo passo e nos salvar”, completou.

Ao final da última temporada, o nome de Vojvoda era um dos mais visados do mercado. Mesmo assim, o argentino continuou no Leão do Pici e renovou contrato até o final de 2024. Paz citou o “respaldo” e a “autonomia” como principais fatores de convencimento para o técnico escolher permanecer no clube.

“Acho que a principal peça de convencimento é o dia a dia. O trabalho. Ele nos conhece, como diretoria, na derrota e na vitória. No momento bom e no momento ruim. Ele sabe que se a gente passar por uma fase difícil, ele sabe que vai ter o respaldo das pessoas que dirigem o clube. Esse é o principal fator. Claro que ele tem um bom contrato, tem um bom salário, tem as condições de trabalho que pediu e jogadores, tanto para os que saem como para os que chegam. Tem autonomia para montar o grupo de acordo com o que ele acredita.”

No último sábado, 23, após Assembleia Geral de sócios-torcedores, o Fortaleza se tornou a mais nova SAF do futebol brasileiro. Marcelo Paz ressaltou que a maior diferença do modelo adotado pelo Leão para os dos outros clubes do país é não ter vendido ações.

“A principal diferença é que não teve venda de ações. Não foi uma SAF aprovada para pagar contas, pagar dívida, para tirar a corda do pescoço. Foi uma SAF aprovada pensando no modelo de gestão mais moderno, acesso a crédito no mercado, as melhores práticas de governança e aberto a receber algum tipo de investimento minoritário. Essa é a ideia mais para frente, não necessariamente agora. Não temos intenção de venda de controle.”

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Marcelo Paz também explicou como surgiu a ideia de virar SAF no Fortaleza. O presidente ainda revelou que o clube recebeu propostas para vender o controle e ações minoritárias, mas que foram recusadas.

“Quando foi criada a lei da SAF, que eu acho que é uma lei saudável, a gente, logicamente, foi entender o que estava acontecendo. Convidamos especialistas para explicar o modelo, a formatação jurídica e tributária, quais são as possibilidades. A gente foi entender e viu que era um passo importante a ser dado, para que a gente esteja pronto para o mercado em uma possível venda de ações minoritárias. Então a gente internamente estudou o tema, foi se aprofundando, recebemos propostas para venda de controle e minoritária, e entendemos que não era a hora. Era a hora apenas de mudar o regime.”

Paz, é claro, também falou sobre o confronto de logo mais entre Corinthians e Fortaleza, pela ida da semifinal da Copa Sul-Americana. Ele destacou a campanha do clube cearense na competição, mas jogou o favoritismo do confronto para o Timão.

“Acho que o Corinthians é o favorito pela história, pela tradição, por ter mais lastro em competições internacionais. Mas a gente vem de uma campanha muito boa nesta competição. Em dez jogos foram oito vitórias, um empate e apenas uma derrota. A gente chega bem. A equipe, entre as quatro, de melhor campanha é o Fortaleza. Se a gente chegar na final, o time A da final é o Fortaleza pela campanha na competição. Mas isso não nos dá o favoritismo para esse duelo. O jogo é dificílimo. A gente sabe que o Corinthians é muito forte em Itaquera.”