Caso Lucero: Fortaleza e atacante entram com recurso após punições da Fifa

Tricolor e camisa 9 já ingressaram com apelação na Corte Arbitral do Esporte depois da suspensão do jogador por quatro meses e transfer ban ao clube por duas janelas

16:33 | Ago. 10, 2023

Por: Afonso Ribeiro
Atacante Lucero no jogo Botafogo x Fortaleza, no estádio Nilton Santos, pelo Campeonato Brasileiro Série A 2023 (foto: Felipe Cruz/Fortaleza EC)

Dois dias depois da notificação da decisão da Câmara de Resolução de Disputas da Fifa, o Fortaleza e o atacante Juan Martín Lucero já enviaram recursos à Corte Arbitral do Esporte (CAS, em inglês) para tentar reverter o cenário, apurou o Esportes O POVO. O clube foi punido por duas janelas de transferências sem registrar jogadores, enquanto o camisa 9 está suspenso por quatro meses.

O prazo para apelação era de 21 dias a partir da notificação, mas o departamento jurídico do Tricolor — que conta também com um advogado contratado para o caso — e os advogados do jogador ingressaram com os recursos.

Além disso, as partes também enviaram pedido de efeito suspensivo, para que as punições não sejam válidas até julgamento do caso na instância superior.

A decisão da Câmara de Resolução de Disputas que proíbe o Fortaleza de registrar novos atletas por um ano e suspende Lucero foi tomada na última quinta-feira, 3, e notificada às partes envolvidas na manhã de terça-feira, 8.

Três juristas foram responsáveis pelo caso por parte da entidade máxima do futebol: a brasileira Lívia Silva Kägi, vice-presidente da Câmara, a argentina Stella Maris Juncos e o costa-riquenho Jorge Gutiérrez.

O órgão considerou que o Fortaleza induziu o camisa 9 a quebrar o contrato com o Colo-Colo e que o clube cearense não apresentou evidências para provar o contrário. Já o jogador teria rescindido o vínculo sem um motivo de justa causa.

Chance de acordo com Colo-Colo-CHI

O Esportes O POVO apurou que o Leão também estuda abrir conversas com o Colo-Colo para chegar a um acordo. Neste caso, a equipe chilena informaria o acerto à Fifa, o que derrubaria o transfer ban — os tricolores estão impedidos de registrar novos jogadores nas duas próximas janelas, no início e na metade de 2024.

Na ação, o Cacique inicialmente pedia 2,1 milhões de dólares (R$ 9,8 milhões na cotação atual), que deveriam ser pagos por Fortaleza e Lucero, juntos. No entanto, a Câmara da Fifa entendeu que nem os brasileiros nem o atacante deveriam desembolsar cifras aos chilenos. Mas este pode ser o caminho para o entendimento. Um montante próximo a 600 mil dólares (em torno de R$ 2,9 milhões) é bem visto pelo Colo-Colo, e o Leão avalia abrir conversas nestes termos.

Mas a equipe do Pici não vê necessidade de pressa nesta hipótese. O transfer ban não tem impacto imediato e em caso de deferimento do efeito suspensivo, a situação de Lucero também não geraria consequência imediata. Além disso, acredita que pode ter sucesso no recurso ao CAS. Por outro lado, o acordo com o antigo clube do camisa 9 encerraria de vez um imbróglio que pode se arrastar nos tribunais.