Defesa de Lucero entrega à Fifa versão do atleta sobre saída do Colo-Colo
Os advogados de Lucero sustentam que o Colo-Colo não exerceu a compra do atleta mesmo ciente de que ele pagaria a cláusula de saída e ainda receberam 1 milhão de dólaresA guerra judicial entre o Colo-Colo, time chileno, e o atacante Juan Martín Lucero, do Fortaleza, segue de pé na Fifa. Pela primeira vez, no entanto, a versão da defesa do jogador foi conhecida. O portal En Cancha, do Chile, teve acesso ao processo e publicou a argumentação dos advogados do “El Gato”.
Os advogados de Lucero sustentam que o Colo-Colo não exerceu a compra do atleta mesmo ciente de que ele pagaria a cláusula de saída do contrato e ainda receberam placidamente a quantia de 1 milhão de dólares paga pelo atleta para efetivar a rescisão. “Eles não apenas foram poupados de pagar os 900 mil dólares, mas também receberam um milhão", diz o documento de defesa, segundo En Cancha.
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A quantia de 900 mil dólares citada se refere a opção de compra de Lucero que o Colo-Colo tinha junto ao Vélez Sarsfield, da Argentina. Se utilizada, o jogador ficaria no Cacique até o fim de 2025 e o presidente do clube, Alfredo Stöhwing, vinha afirmando desde outubro de 2022 que executaria o negócio.
A defesa do atacante diz que o jogador comunicou ao time chileno que utilizaria a cláusula de saída no dia 3 de janeiro e só efetuou o pagamento (1 milhão de dólares) nove dias depois, sem que a equipe de Macul, em Santiago, efetuasse o pagamento da compra dele ou, pelo menos, comunicasse o que pretendia fazer, limitando-se apenas a dizer, em quatro cartas, que o atleta não poderia rescindir o contrato.
O Colo-Colo contesta, alegando que o vínculo com Lucero não tinha cláusula de saída, mas sim uma cláusula de penalidade em caso de quebra de contrato, que “El Gato” interpretou de forma errada. Além disso, os chilenos acusam o Fortaleza de ter induzido a quebra de um contrato que iria até 2025.
Com a promessa de ir até as últimas consequências, o presidente de Los Albos ingressou na Fifa em abril com um pedido de que o atacante argentino seja suspenso por quatro a seis meses, além de obrigado a pagar uma multa de mais de 2 milhões de dólares. Para o Fortaleza, o Colo-Colo pediu um impedimento de contratar por três janelas de transferências.
Com as duas versões em mãos, a Fifa tem até 2024 para tomar uma decisão. Quem perder poderá recorrer à Câmara de Apelações do órgão e, em última instância, ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS).
O departamento jurídico do Fortaleza se diz tranquilo e respaldado com a compra do jogador, que é vice-artilheiro do Leão na temporada 2023, com 12 gols, e tem vínculo com o Tricolor até 31 de dezembro de 2025.