Fortaleza ressalta tranquilidade com Colo-Colo na Fifa contra Lucero: "Não surpreende"
Time chileno acionou a Fifa e solicitou quantia de cerca de R$ 10,6 milhões (U$ 2,1 milhões), além de sanção desportiva de quatro a seis meses que proibiria o atacante de disputar jogosO Fortaleza se posicionou nesta quinta-feira, 20, sobre a ação do Colo-Colo na Fifa contra o atacante Lucero. Em nota emitida pelo clube, Alex Santiago, 2º Vice-Presidente, afirmou que a ação era esperada, mas admitiu surpresa com inclusão do Leão.
"Uma situação que, no todo, não surpreende, visto o desgosto com que o clube chileno tratou a saída do jogador [...] O Fortaleza observa sua inclusão na ação com surpresa, mas também com muita tranquilidade", disse o dirigente.
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A informação foi publicada pelo portal chileno En Cancha. O documento, ao qual o veículo teve acesso, aponta que o contrato do argentino não tinha cláusula de saída.
No processo, o time chileno acusa o Leão do Pici de ter induzido o descumprimento do contrato que vencia em dezembro de 2025. Ademais, o clube solicitou quantia de cerca de R$ 10,6 milhões (U$ 2,1 milhões), além de sanção desportiva de quatro a seis meses que proibiria o atacante de disputar jogos.
Juan Martín Lucero chegou ao Pici em janeiro deste ano com vínculo até o final de 2025. O argentino é o artilheiro do Fortaleza em 2023. Pelo escrete vermelho-azul-branco, são 12 gols marcados e seis assistências cedidas em 21 jogos.
Confira a nota na íntegra:
"O Fortaleza Esporte Clube tomou ciência de ação ajuizada pelo clube Colo-Colo-CHI contra o atleta Lucero, perante a FIFA.
Uma situação que, no todo, não surpreende, visto o desgosto com que o clube chileno tratou a saída do jogador.
O atleta exerceu a sua cláusula de saída, fez o pagamento ao seu ex-clube. Todavia, ao que parece, não houve a aceitação dessa situação por sua ex-agremiação.
A frustração desportiva é natural, pois se entende a importância deste atleta, que já tem números relevantes no futebol brasileiro.
É inesperado, apenas, que o Fortaleza tenha sido incluído nesta ação, vez que o clube lidou com atleta livre.
Lucero apresentou a cláusula de saída executada, com comprovante de pagamento feito com recursos próprios ao ex-clube e, portanto, atleta desembaraçado de qualquer vínculo contratual anterior.
O Fortaleza observa sua inclusão na ação com surpresa, mas também com muita tranquilidade. O Clube irá apresentar tecnicamente sua defesa perante a FIFA, sempre com o objetivo de melhor resguardar os direitos da Instituição.
A apresentação de demanda perante um tribunal desportivo é direito que cabe a qualquer clube, assim como também é um direito correspondente o exercício pleno da defesa quando há imputação injusta, que é o que ocorre nesse caso."
Entenda o caso
O argentino de 31 anos possuia contrato com o Colo-Colo, mas aceitou proposta do Fortaleza em janeiro de 2023. À época, o clube foi resistente à liberação do jogador e afirmou que buscaria nos tribunais uma resolução.
De acordo com o jornalista Cesar Luis Merlo, do portal En Cancha, os chilenos desembolsaram 900 mil dólares (em torno de R$ 4,8 milhões) para ter Lucero por mais três temporadas e o vínculo definitivo tem multa de 1 milhão de dólares (R$ 5,34 milhões na cotação atual). E é este o principal ponto de discórdia no cenário atual.
O Colo-Colo entende que este montante seria uma cláusula de penalidade para a quebra de contrato antecipada, podendo ser acionada apenas a partir de 2024, e, além disso, ainda seria necessário pagar um valor pela negociação em si. O estafe do argentino, por sua vez, entendia que o contrato tinha, sim, multa rescisória, e que o pagamento era suficiente para tirá-lo do Colo-Colo. Em meio ao imbróglio, o Fortaleza se via respaldado juridicamente para concretizar a transferência sem sofrer qualquer sanção.