Árbitro relata na súmula denúncia de injúria racial em Fortaleza x CSA
José Woshington da Silva descreve no documento que zagueiros Douglas e Thales, do time alagoano, alegam ter sido alvos de ofensa racistas no intervalo da partidaO árbitro pernambucano José Woshington da Silva relatou na súmula do jogo Fortaleza x CSA a denúncia do caso de injúria racial que dois jogadores do Azulão teriam sofrido por parte de torcedores do Tricolor. Ao final da partida, os zagueiros Douglas e Thales foram a uma delegacia registrar boletim de ocorrência.
De acordo com o documento, após o confronto pela Copa do Nordeste, o coordenador da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) na partida, Marcos Augusto Costa, informou ao juiz que os dois jogadores, enquanto estavam em aquecimento no intervalo, ouviram ofensas de "cabelo de vassoura" de torcedores do Leão e que os policiais teriam ouvido.
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Ainda segundo a súmula, o caso foi encaminhado ao capitão da Polícia Militar, André Gaya, responsável pelo efetivo no estádio Presidente Vargas, e os policiais informaram não ter conhecimento do fato. José Woshington da Silva relata ainda que não havia membros da arbitragem em campo neste momento.
Veja a íntegra do relato na súmula do jogo:
"Fui informado ao término da partida pelo coordenador da CBF, o sr. Marcos Augusto, que no intervalo da partida o mesmo foi procurado por dois atletas do csa, o sr. Douglas Matheus do Nascimento, numero 30 e o sr Thales Natanael Lira de Matos, numero 03. Informando que no
intervalo da partida enquanto os mesmos aqueciam, foram ofendidos por torcedores do fortaleza que o chamaram de "cabelo de vassoura", e que a policia tinha ouvido. O sr. Marcos Augusto se encaminhou até o capitão da policial militar sr. André Gaya, que estava no comando do efetivo que fazia a segurança do estádio, o mesmo foi verificar com seu efetivo a suposta agressão verbal e informaram que não tinha conhecimento do fato.
Também informo que nenhum membro da equipe de arbitragem se encontrava no campo de jogo no momento do suposto fato"
Entenda o caso
De acordo com a denúncia de Douglas e Thales, o momento aconteceu enquanto os atletas reservas do CSA aqueciam no campo durante o intervalo da partida, quando foram chamados de “cabelo de vassoura”. Ainda segundo Douglas, a acusação foi levada à Polícia Militar.
No Presidente Vargas, o Fortaleza se colocou à disposição para identificar o autor do crime e, consequentemente, ajudar a Polícia Militar na investigação da denúncia - também segundo relatos, a PM foi até a arquibancada tentar identificar o autor, mas sem sucesso.
Em nota oficial, o CSA relatou que acompanhou Douglas e Thales à delegacia, repudiou "com veemência qualquer tipo de discriminação" e reforçou "total apoio" aos jogadores: "Estaremos sempre no combate". Até o momento, o Fortaleza ainda não se pronunciou de forma oficial sobre o caso.
CBF estabelece punições esportivas em casos de racismo
Na última terça-feira, 14, a CBF definiu, durante o Conselho Técnico realizado em sua sede, no Rio de Janeiro, a possibilidade de punição esportiva aos clubes em caso de racismo, que envolvem multas financeiras e até perda de pontos. A decisão deve entrar em vigor já a partir da próxima semana, com o início da Copa do Brasil.
Ou seja: as equipes poderão perder pontos em caso de atos discriminatórios cometidos até por torcedores nos estádios neste ano. A entidade brasileira é a primeira do mundo a fazer essa inclusão em seu Regulamento Geral de Competições (RGC).
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