Com pressão elevada na Série A, Fortaleza vê fator psicológico entrar em pauta
Na lanterna do Brasileiro e em jejum no Castelão, Tricolor enfrenta insatisfação da torcida. Clube conta com psicólogo mexicano Christian Rodrigues na comissão técnicaAmena durante a maior parte da temporada, a temperatura subiu no Pici — e também no entorno. Na lanterna da Série A, ainda sem vencer em casa, o Fortaleza convive com pressão elevada e vê o fator mental do elenco virar pauta. Com um psicólogo mexicano na comissão técnica, o clube tenta acalmar os ânimos para não minar a confiança dos jogadores em campo.
Os títulos invictos da Copa do Nordeste e do Campeonato Cearense e a classificação história para as oitavas de final da Libertadores fizeram o Tricolor ter clima de harmonia ao longo de 2022. A campanha no Campeonato Brasileiro, porém, virou pedra no sapato e a dificuldade de reação aumentou o incômodo da torcida tantos nos jogos quanto nas redes sociais.
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O Leão soma apenas uma vitória em 11 jogos disputados, conquistada fora de casa, sobre o Flamengo. No Castelão, fez sete jogos e amargou quatro derrotas — inclusive no Clássico-Rei contra o Ceará — e três empates, anotando apenas três gols. Os tropeços na sequência recente como mandante, diante de Goiás e Athletico-PR, amplificaram a insatisfação.
Ao final da igualdade sem gols com o Furacão, no último domingo, 12, torcedores protestaram na saída dos jogadores dos vestiários. Os gritos de "time sem vergonha" e "para jogar no Leão tem que ter disposição" já tinham ecoado nas arquibancadas ao longo do confronto.
Em entrevista após a partida, o zagueiro Marcelo Benevenuto admitiu que a ansiedade para balançar as redes e conquistar a vitória tem atrapalhado nas finalizações. Contra o Athletico, o Fortaleza arrematou 23 vezes, sendo seis na direção da meta, e não conseguiu marcar. No Brasileirão, é o terceiro time que mais finaliza e também o terceiro que mais erra o alvo.
"Não digo que é desespero, mas vontade de fazer o gol. É tanta vontade de marcar que a gente acaba perdendo. Falta a gente ser mais eficiente. Precisamos sair dessa situação ainda no primeiro turno, pois se virar o turno e a gente ficar nessa situação será desesperador. Estamos trabalhando para sair dessa o mais rápido possível", disse o camisa 5.
Comissão técnica tem psicólogo mexicano
O departamento de futebol do Tricolor não esconde a insatisfação com a situação na elite nacional e assegura que há cobrança interna, mas tenta blindar os atletas da pressão externa para não afetar a confiança nas tomadas de decisão nas quatro linhas — como nas finalizações, por exemplo.
Para isso, o clube conta com o trabalho do psicólogo mexicano Christian Rodrigues, que passou a integrar a comissão técnica de Juan Pablo Vojvoda na atual temporada. O profissional trabalhou em clubes como Huracán, Talleres e Newell's Old Boys, da Argentina, e Alajuelense, da Costa Rica, além de longa passagem na seleção do México.
Discreto, Rodrigues acompanha a rotina de treinos e jogos da equipe e tem contato frequentes com os jogadores, além de passar feedbacks para Vojvoda. Especialista em ciência do esporte para atletas de alto rendimento, o psicólogo é um dos trunfos do clube para tentar manter o fator mental do elenco sob controle diante do mau momento.
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