Castelão reabre com público inferior ao limite permitido e sem registro de aglomerações
Após 570 dias, torcedores voltam às arquibancadas da maior praça esportiva do Ceará; não houve registro de aglomerações ou descumprimento às medidas sanitárias“Eu voltei, agora pra ficar, porque aqui, aqui é meu lugar”. Foi ao som da emblemática música "O Portão" de Roberto Carlos que a maior praça esportiva do Ceará reabriu as portas para o público neste sábado, 2, um ano e sete meses após a proibição da presença de torcida nos estádios por causa da pandemia Covid-19.
Os portões da Arena Castelão foram liberados oficialmente às 14 horas e fechados às 16h30min, pouco antes do início da partida entre Fortaleza e Atlético-GO, pelo Campeonato Brasileiro, que começou às 17 horas. Na chegada ao estádio, que teve todos os acessos liberados para evitar aglomerações, torcedores tiveram de comprovar vacinação com duas doses — ou dose única — há pelo menos 15 dias.
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Segundo a diretoria de operações do Fortaleza (FEC), 2.785 pessoas compareceram ao estádio para acompanhar o jogo. O número é inferior ao limite de 6.200 torcedores, que corresponde a 10% da capacidade total da arena, autorizado pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). Após a partida, o clube confirmou público efetivo de 2.875 pessoas.
Além do "passaporte da vacina", o uso da máscara cirúrgica, N95 ou PFF2 foi condição obrigatória para ingresso no estádio. Quem chegou ao local com o item de pano, no entanto, não teve a entrada barrada, pois o item de proteção exigido foi distribuído na área de check-in pelo estafe do Fortaleza. A entrada somente foi liberada após três etapas: conferência dos documentos de identificação, atendimento ao protocolo sanitário e revista pessoal, para evitar o acesso de pessoas com bebida alcoólica e objetos cortantes.
“Nós queremos apresentar para o Comitê de Saúde do Estado que o evento seguiu rigorosamente todas as medidas exigidas e que foi realizado de forma completamente segura, seguindo aquilo que foi planejado”, afirmou o diretor de operações Fortaleza, Tahim Fontenelle, acrescentando que o clube montou operação logística de grande porte para adequar todas as áreas do estádio às exigências da Sesa. Nas arquibancadas, por exemplo, parte dos setores tiveram os bancos demarcados para garantir o distanciamento entre os espectadores.
Para os torcedores do Leão, apesar do protocolo rigoroso, o reencontro com o clube do coração no palco do futebol teve um significado único. “Só de estar conectado com a torcida, sentir toda essa energia, não tem preço. É como se fosse a minha primeira vez no Castelão”, disse o torcedor tricolor Talison Jardel, 32. Ele contou que foi ao estádio pela última vez em fevereiro de 2020, na partida em que o clube foi eliminado da Copa Sul-Americana diante do Independiente, da Argentina.
Para Jardel, o retorno presencial ao Castelão é um “sinal de que as coisas, aos poucos, estão voltando à normalidade”. Ele diz ter esperanças de que o limite de torcedores seja ampliado ao longo dos próximos meses, mas ressalta que para isso acontecer, as medidas sanitárias precisam ser obedecidas. “Nós, torcedores, temos que dar o exemplo e seguir todas as regras para que daqui a pouco, que sabe, seja permitido público de 10, 20 ou até 30 mil pessoas. Aí sim nós vamos fazer aquela festa que só a gente sabe fazer”, finalizou o torcedor.
O Fortaleza havia entrado em campo no último jogo com presença de público na Arena Castelão antes da pandemia, há 570 dias. Em partida realizada no dia 11 de março de 2020, válida pelo Campeonato Cearense, o Leão bateu o Pacajus por 3 a 0. Na ocasião, pouco mais de 10 mil torcedores compareceram ao estádio, que tem capacidade para acomodar mais de 63 mil espectadores. (Colaborou Brenno Rebouças)
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