Volante do Fortaleza, Jussa relembra dificuldades e mira título da Copa do Nordeste

Para brilhar com a camisa do Fortaleza, o volante Matheus Jussa precisou superar obstáculos complicados na carreira. Entre eles, o período em que ficou sem calendário no futebol para jogar e pensou em fazer corridas de Uber em meio a dificuldades financeiras. Três anos após o episódio, o jogador de 25 anos desembarcou no Pici e é destaque do Tricolor na temporada de 2021.

O camisa 16 do Fortaleza concedeu entrevista exclusiva para o FutCast, podcast do O POVO (confira completa abaixo). Ele narrou o início da trajetória como jogador, as principais dificuldades, o momento no Fortaleza, a busca pelo título no Nordestão e a luta contra o racismo.

Revelado na base da Portuguesa, Jussa disputou sua primeira temporada como profissional com destaque em 2014 pelo clube paulista. No ano seguinte, o volante assinou contrato de três temporadas com Vasco e passou a integrar o time sub-20. No Rio de Janeiro, ele encarou situação difícil ao ser afastado.

"Foi um dos piores momentos da minha vida. Mentalmente mexeu muito comigo. Cheguei com expectativa grande. Vou fazer de tudo para subir ao profissional e manter minha carreira aqui. No segundo ano de júnior no Vasco, eu estava como capitão. No meu último ano, fui afastado. Foi bem delicado. Estava sozinho no clube. Dói lembrar. Não quero que ninguém passe por isso, mas me fortaleceu bastante", comentou ele no episódio 144 do FutCast, que pode ser ouvido também na sua plataforma de áudio preferida.

O segundo momento delicado na carreira veio em 2018, quando defendia o São Bernardo na Série A2 do Campeonato Paulista. A equipe foi eliminada na segunda fase da competição e ficou sem calendário. O volante ficou meses sem jogar.

"Fiquei em casa. Na época, ainda estava acontecendo algumas coisas com minha filha, minha família. Foi um momento muito complicado. Tive que me apegar a minha esposa. Nós estávamos namorando. Eu estava morando na casa da minha sogra. Passei noites e noites sem dormir. Parecia que eu estava com depressão. Só queria jogar bola, não queria fazer outra coisa. Fiquei muito preocupado. A idade estava chegando, não tinha clube, não estava na vitrine. Depois de jogar no São Bernardo, pensei em virar Uber, fazer outras coisas. Estava complicado. Esse momento me fortalece até hoje."

Apesar dos altos e baixos na trajetória no futebol, o jogador persistiu e seguiu a carreira. Em 2021, ele acertou com o Fortaleza por empréstimo até o fim do ano, cedido pelo Oeste. Em pouco tempo, o atleta conquistou a confiança do técnico Enderson Moreira, virou titular e tem um gol pelo Tricolor, marcado na vitória por 2 a 1 sobre o Bahia, em duelo válido pela sétima rodada da Copa do Nordeste.

O Leão terminou a primeira fase com a melhor campanha do torneio regional. Agora se prepara para encarar o CSA pelas quartas de final da competição. O volante está confiante na força do time para brigar pelo título do Nordestão.

"Quando a gente entra no campeonato pensa em título. Se não pensar, não tem propósito de estar ali disputando o campeonato. O Fortaleza entra em busca desse título. Estamos trabalhando firme e forte, focados na busca pelo título. Eu quero muito esse título para a torcida. Os funcionários merecem por toda a ajuda que nos dão. É muito bom aquele ambiente. Todo mundo merece. Com dedicação e foco, a gente vai em busca desse título."