Com entrave burocrático e fim da janela, Fortaleza suspende negociação de Romarinho

Tricolor recebeu oferta de R$ 8,5 milhões do Yokohama Marinos pelo atacante, mas trâmites do Japão e final do período de transferências viraram empecilhos

15:14 | Abr. 01, 2021

Por: Afonso Ribeiro
Romarinho recebeu proposta do futebol japonês, mas seguirá no Fortaleza (foto: Aurelio Alves)

Alvo do futebol asiático, o atacante Romarinho seguirá no Pici - ao menos por enquanto. O camisa 20 recebeu proposta de 1,5 milhão de dólares (R$ 8,5 milhões na cotação atual) do Yokohama Marinos, do Japão, mas os trâmites burocráticos para emissão do visto de trabalho e o fechamento da janela de transferências internacionais no país fizeram o Fortaleza suspender a negociação, apurou o Esportes O POVO.

Dono de 80% dos direitos econômicos do jogador de 27 anos - a fatia restante é do Globo-RN -, o Tricolor pretendia vender 70% pelos R$ 8,5 milhões e manter 10% para transações futuras, apurou o Esportes O POVO. As negociações eram tocadas diretamente pelo presidente Marcelo Paz com os agentes do jogador, André Cury e Francisco Godoy.

As tratativas estavam avançadas para um acordo com o clube japonês, e Romarinho chegou a fica fora da partida diante do 4 de Julho-PI, em Teresina, no último sábado, 27. Na terça-feira, 30, porém, o executivo de futebol Sérgio Papellin afirmou que as questões burocráticas para a entrade de novos atletas no país asiático se tornaram empecilho.

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"Toda negociação com China e Japão está praticamente parada, porque eles não estão dando visto de trabalho para novos jogadores. Então, alguns jogadores que foram negociados com esse mercado asiático estão tendo dificuldade de visto. Alguns já tinham praticamente fechado e não estão podendo viajar. Só para dar um exemplo: o Marcinho, nosso ex-atacante, só quem tem visto para entrar na China é ele, a mulher e a filha não podem viajar, ele vai ter que ir só porque já estava lá há mais tempo. Então essa dificuldade de visto tem atrapalhado muito as negociações, e uma delas é a do Romarinho", explicou o dirigente.

O zagueiro Tiago Pagnussat, ex-Ceará, enfrentou trâmite semelhante para se transferir para o Cerezo Ozaka, também do Japão. O Esportes O POVO apurou que o país tem exigido a documentação para avaliar se está tudo de acordo com as normas para liberar o visto de trabalho. Além disso, a J-League e o consulado japonês no Brasil precisam receber o contrato de transferência, contrato de trabalho e o comprovante de pagamento para dar o aval.

Diante do curto tempo hábil para viabilizar a documentação e das fortes restrições em razão da pandemia de Covid-19, a negociação ainda tinha outro empecilho: a janela de transferências internacionais do Japão se encerra na próxima sexta-feira, 2. Até a data, portanto, os clubes já teriam que ter selado a transação e enviado documentos no sistema da Fifa.

Com permanência assegurada no Leão, Romarinho treina normalmente após ser poupado do último compromisso e está à disposição para enfrentar o Bahia, no próximo sábado, 3, às 16 horas, na Arena Castelão, pela sétima rodada do Grupo B da Copa do Nordeste.

Cifras gerariam venda recorde

A oferta de 1,5 milhão de dólares apresentada pelo Yokohama Marinos faria o Fortaleza realizar a maior venda em 102 anos de história. De quebra, o clube ainda superaria a meta orçamentária de negociações de atletas, que está prevista em R$ 7,5 milhões, e amenizaria os prejuízos decorrentes da pandemia.

Romarinho, por sua vez, teria uma grande valorização no mercado da bola. Contratado em 2018 pelo Tricolor, o atacante foi adquirido junto ao Globo-RN por R$ 40 mil. A multa rescisória do contrato com duração até julho de 2022 é de R$ 20 milhões para o mercado nacional e 20 milhões de dólares (R$ 114 milhões na cotação atual) para clubes do exterior.