Campanha por compra, falhas e "sumiço": como Ronald foi do auge ao banco do Fortaleza

Após boa fase e mobilização por aquisição milionária, volante ganha contrato de três anos, mas oscila em campo e perde espaço com Enderson Moreira

08:00 | Mar. 17, 2021

Volante Ronald em treino do Fortaleza no Centro de Excelência Alcides Santos, no Pici (foto: Leonardo Moreira / Fortaleza EC)

Uma lesão no tornozelo direito tirou o volante Ronald da viagem para o Rio Grande do Sul, onde o Fortaleza enfrenta o Caxias-RS, nesta quarta-feira, 17, a partir das 20 horas, no estádio Centenário, pela primeira fase da Copa do Brasil. Ausente dos cinco primeiros jogos desta temporada, o camisa 14 viveu o ápice com campanha por compra milionária e agora amarga poucas oportunidades no elenco.

O meio-campista de 23 anos foi contratado pelo Tricolor em agosto de 2020, emprestado pelo Juventus-SC. Não demorou a ter a primeira oportunidade, na vitória por 3 a 1 sobre o Goiás, no dia 20 do mesmo mês, e emplacou uma sequência de partidas a partir da derrota por 2 a 1 para o Flamengo-RJ, no Maracanã.

Em apenas dois meses no Pici, Ronald conseguiu se firmar entre os titulares do time de Rogério Ceni e agradou pelas boas atuações, sobretudo em "provas de fogo" contra grandes clubes. O desempenho no triunfo por 2 a 1 sobre o Atlético-MG, no Castelão, foi o sinal verde para a diretoria se mobilizar pela aquisição dos direitos econômicos do atleta.

O vínculo de empréstimo, com duração até o final do Campeonato Brasileiro, previa a prioridade da opção de compra de 60% dos direitos por R$ 1 milhão. O Leão, então, iniciou uma campanha de venda de camisas a preço promocional para arrecadar o montante e bateu a meta. O clube catarinense foi informado do desejo de concretizar a transação.

Restava, portanto, negociar as condições do novo contrato com o próprio Ronald. As conversas com o empresário do volante, Ivan Rocha, arrastaram-se até pouco mês de um mês do final do prazo para a compra, mas culminaram em acordo: vínculo com três anos de duração e aumento salarial.

Enquanto isso, o rendimento do camisa 14 dentro de campo passou a oscilar, sobretudo após as mudanças no comando técnico. A utilização pelo lado direito do campo da época de Ceni ficou para trás. Tanto Marcelo Chamusca quanto Enderson Moreira usaram o jogador como volante de fato, no setor de contenção.

A partir daí, ocorreram os tropeços, o que contribuiu para a perda de espaço, apurou o Esportes O POVO. Em erros de posicionamento ou marcação que resultaram em gols adversários de forma direta ou indireta, Ronald cometeu falhas técnicas nas derrotas para Bragantino-SP, Sport-PE, Atlético-GO e Palmeiras-SP, por exemplo.

Apesar disso, diante das poucas opções para a posição no elenco, continuou sendo utilizado. Na atual temporada, porém, com as chegadas de Éderson e Matheus Jussa, além da ascensão de Pablo, o volante foi preterido. O camisa 14 jogou em nove jogos do Brasileiro com o Enderson e na atual temporada ficou no banco de reservas contra Sampaio Corrêa-MA, Atlético-CE e Treze-PB, não indo a campo em meio ao rodízio de opções no setor.

"Nós temos o Ronald, que já teve uma sequência boa de jogos. A gente está esperando, daqui a pouco ele vai ter a oportunidade também. Hoje, provavelmente teria, mas como a gente perdeu um zagueiro, teve que fazer uma modificação que não era muito planejada", explicou Enderson, em entrevista coletiva após o triunfo sofre a Águia, pelo Campeonato Cearense.

No último treino em solo cearense antes do jogo pela Copa do Brasil, na última segunda-feira, 15, Ronald sofreu leve lesão no tornozelo direito e ficou em Fortaleza para tratamento preventivo, de acordo com o clube. No dia seguinte, no entanto, postou foto nas redes sociais uma foto em atividade no Pici e afirmou estar "100%".

No início deste mês, o Tricolor comunicou que "o contrato de empréstimo do volante Ronald foi prorrogado para que as operações de compra junto ao Juventus Jaraguá se finalizem. O Fortaleza destaca ainda que o contrato do atleta será de três anos e em definitivo com o clube".