Ceni não fez novas exigências para retornar ao Fortaleza, afirma presidente

O presidente Marcelo Paz concedeu entrevista coletiva na tarde deste domingo, 28, detalhando como foram as tratativas para o retorno de Rogério Ceni

16:08 | Set. 29, 2019

. (foto: TV Leão/Reprodução)

Rogério Ceni não exigiu nada a mais do que já existia no contrato anterior. Foi o que afirmou o presidente do Leão Marcelo Paz. De acordo com o dirigente, o novo acordo com o técnico se dá nos mesmos moldes. O presidente concedeu entrevista coletiva na tarde deste domingo, 29, na sede do clube, no Pici. Rogério já fez o primeiro treino com a equipe.

"O acordo foi muito simples, porque a gente repetiu o tempo de contrato anterior. Não teve discussão. Não teve nada a mais, foi tudo muito simples, foi como a conclusão de um trabalho", afirmou.

Sobre a saída do técnico Zé Ricardo, Paz afirmou que aconteceria mesmo sem o retorno de Rogério Ceni.  "Contra o Athletico Paranaense a gente teve uma performance muito abaixo, e temos um jogo segunda-feira contra o Botafogo. Entendendo que era um momento complicado, o Zé Ricardo vir pra o jogo de segunda-feira, o ambiente não era o ideal, e a gente fez a mudança independente do Rogério, se o Rogério não aceitasse, a mudança teria sido feita. Conversamos com o Zé Ricardo na sexta de manhã sem nenhuma certeza de que Rogério Ceni aceitaria, até porque não tínhamos conversado com ele ainda. Então, uma coisa não foi vinculada diretamente a outra. Claro que uma vez que o Zé não era o treinador, a nossa primeira opção passou a ser o Rogério, que estava livre no mercado".

O dirigente confirmou que, independentemente da inscrição no Boletim informativo diário (BID), Ceni estará no banco comando o Fortaleza diante do Botafogo, nesta segunda-feira, 29, às 20 horas, na Arena Castelão.

"O Rogério vai estar no banco na segunda-feira, com toda certeza. Primeiro, vai se tentar, porque ele sai do BID do Cruzeiro, bota o Abel (Braga) e já libera o Rogério pra vir pra cá. Se caso isso não acontecer, ele pode ir sim para o banco, e o clube pode ter uma sanção administrativa, e não uma sanção de pontos, que venha a causar um prejuízo técnico ou de pontuação. E se for necessário fazer, nós vamos fazer, porque é importante a presença dele. vamos trabalhar para que ele esteja no banco e no BID", explicou.

Leia trechos da entrevista:

Opção por Rogério Ceni

"Sempre a primeira opção foi o Rogério, porque ele conhece esse time, ele formou esse time, tem a cara dele, as características dele e qualquer outro treinador que viesse teria que se adaptar aos jogadores, ao clube, à Cidade. Rogério vem dar continuidade a um trabalho".

"Tive receio, com toda certeza. Qualquer treinador que chegasse que não fosse Rogério, ele iria ter a mesma dificuldade que o Zé Ricardo teve, de entender o elenco, o contexto, a Cidade, a expectativa do torcedor. Tudo é uma adaptação. E trocar o pneu com o carro andando é muito complicado. Qualquer treinador com muito bagagem, com menso bagagem ia ter essa dificuldade. Então, por isso que eu entendo que a escolha do Ceni ela quebra várias dificuldades que outro profissional iria encontra. E eu tive esse receio, sim. Se o Ceni não aceitasse, teria que achar um nome que muito provavelmente teria dificuldade ter um ajuste com a equipe".

Demora

"Tinha uma dúvida, porque ele tava muito cansado a nível pessoal. Vem trabalhando ininterruptamente desde dezembro do ano passado"

"Ele disse muito claramente que só aceitaria convite se fosse do Fortaleza, disse 'nenhum outro time trabalharia esse ano, tenho a opção de descansar, me reenergizar'. E fomos conversando, dei o tempo necessário a ele, sem qualquer tipo de pressão, a gente tinha a convicção que ele seria o melhor nome pra vir pro Fortaleza. Em nenhum momento a questão financeira ou contratual foi problema".

"Nenhuma nova exigência em nada, absolutamente nada. Mesmas questões contratuais. Ele sabe que o ambiente de clube são as mesmas pessoas e eu dei apenas o tempo necessário para que ele, na cabeça dele, no coração dele, sentisse a disposição ideal para voltar pro Fortaleza. Não teve nada assim, nenhum assunto que pudesse gerar uma duvida, uma controvérsia. A demora na resposta, que eu não considero uma demora tão grandes - dois dias pra ele tomar uma decisão como essa - foi unicamente pra que ele pudesse ter a convicção interna de pudesse voltar com a mesma energia que ele teve".

"Ele deu o 'ok' 00h40min (deste domingo) e desembarcou em Fortaleza".

Demissão de Zé Ricardo

"A decisão da descontinuidade do trabalho do Zé foi uma decisão de entender que era o momento de encerrar aquele ciclo, independente de Ceni, de jogo contra o Botafogo, de qualquer outra situação. Mediante o cenário que nós avaliamos, a gente achou que ir para o jogo com o cenário de muita crítica, muita pressão, seria complicadíssimo. A gente teira talvez uma dificuldade a mais no Castelão na segunda-feira".

"Não foi o resultado que gente esperava. O aproveitamento não foi alto. Mas vi um profissional que se dedicou, que se doou, e vestiu a camisa do Fortaleza, que quis de mais acertar. Mas é difícil substituir um trabalho que já estava todo montado. Seria difícil pro Zé e pra qualquer treinador. É um cara que conhece e muito de futebol".

Dança das cadeiras

"Eu achava que tinha diminuído essa dança das cadeiras, mas ela voltou. Voltou com certa intensidade. Não estou aqui pra julgar ninguém, cada clube tem a sua situação, a sua circunstância, seu porquê. E digo a vocês, como estou dentro de clube de futebol desde 2015, que tem muita coisa que acontece que vocês não sabem, e os dirigentes têm de guardar a informação e o porquê de tomar uma ou outra decisão. Eu só lamento quando a coisa se inverte. Quando é o jogador que está definindo. Isso eu não concordo e aqui no Fortaleza isso não vai acontecer. Enquanto eu tiver, jogador não vai mandar. Não vai decidir quem vai ficar, quem vai sair. Aí, é uma prerrogativa nossa, minha. Se o outro clube acha que é assim, eu respeito, porque cada um tem a sua forma de fazer. Não existe só uma forma de ganhar jogo. Não existe só uma forma de administrar. Mas aqui no Fortaleza existe uma hierarquia de presidência, de comissão técnica, de jogadores. E acho que cada uma fazendo bem feito no seu lugar a coisa flui. Quanto as decisões de mudança, aí cada clube tem o seu timing, seu momento, tem sua escolha".