PF indicia Bruno Henrique, do Flamengo, por forçar cartão para beneficiar apostadores

PF indicia Bruno Henrique, do Flamengo, por forçar cartão para beneficiar apostadores

Artigo 200 da Lei Geral do Esporte prevê pena de dois a seis anos por fraude para esse tipo de crime

O atacante do Flamengo, Bruno Henrique, foi indiciado juntamente com outras dez pessoas — incluindo alguns familiares — na última segunda-feira, 14, pela Polícia Federal por suposta fraude em competição esportiva. A informação é do site Metrópoles. 

De acordo com a notícia, o ídolo do clube rubro-negro teria beneficiado apostadores com um cartão amarelo tomado em um jogo contra o Santos em 2023. Entre os grupos de apostadores, consta a presença do irmão do atleta, Wander Nunes Pinto Júnior; da cunhada, Ludymilla Araújo Lima, e da prima, Poliana Ester Nunes Cardoso. Todos eles obtiveram retornos financeiros em apostas no jogo contra o Peixe. 

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Em uma conversa com o irmão recuperada pela PF, Bruno Henrique é questionado se estaria pendurado (com dois cartões amarelos) no Campeonato Brasileiro. Ao que ele responde positivamente, o irmão pergunta quando ele deve tomar um terceiro cartão e o atleta acentua que só deverá ser advertido novamente algumas semanas depois, no jogo contra o Santos.

O parente chega a questioná-lo se ele conseguirá ficar sem ser advertido até a data, no que ele diz "Não vou reclamar", "só se eu entrar forte em alguém". Nas vésperas do jogo diante do Santos, além de trocar mensagem com o irmão, Bruno Henrique chegou a ligá-lo para confirmar que provocaria a advertência do cartão amarelo. A ação do jogador de provocar a punição acabou por chamar a atenção do International Betting Integrity Association (IBIA), utilizado pela CBF para analisar possíveis irregularidades nas partidas à época. 

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Bruno Henrique: conversas apagadas

Um outro ponto que levantou suspeita da Polícia Federal quanto ao envolvimento de Bruno Henrique na fraude foi a análise de 3.989 conversas no Whatsapp em que muitos dos diálogos estavam vazios ou apagados do aparelho celular do atleta. Com apenas parte dos registros levantados, a investigação ficou centrada no aparelho do irmão do jogador, onde os diálogos completos foram encontrados. 

Em parte desses diálogos, foi possível ainda encontrar conversas sobre a entrada em um outro esquema de aposta. O irmão do jogador demonstra interesse em adentrar em outra suposta fraude, mas Bruno Henrique retruca que as tais apostas seriam no valor de R$ 10 mil semanais e acentua: "Esse aqui pesado não dá pra vc não (sic)".  

Bruno Henrique: o que diz a Lei Geral do Esporte

A Lei Geral do Esporte acentua que qualquer pessoa envolvida com futebol que fraudar ou contribuir para que se fraude o resultado de uma competição esportiva deve ter pena ou reclusão de dois a seis anos, além de uma multa. Confira o trecho:

  • 200. Fraudar, por qualquer meio, ou contribuir para que se fraude, de qualquer forma, o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Sem pronunciamento

Até a publicação desta matéria, o jogador foi contactado pelo Metrópoles via assessoria, mas preferiu não se manifesta no momento. O Clube de Regatas do Flamengo emitiu nota sobre o caso, afirmando não ter sido comunicado pelas autoridades.

"O Flamengo não foi comunicado oficialmente por qualquer autoridade pública acerca dos fatos que vêm sendo noticiados pela imprensa sobre o atleta Bruno Henrique. O Clube tem compromisso com o cumprimento das regras de fair play desportivo, mas defende, por igual, a aplicação do princípio constitucional da presunção de inocência e o devido processo legal, com ênfase no contraditório e na ampla defesa, valores que sustentam o estado democrático de direito", diz o Rubro-Negro.

*Atualizada às 22h31min

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