Du Queiroz, do Corinthians, revela que jogou bola na cadeia durante a infância

Finalista da Copa do Brasil pelo Corinthians, Du Queiroz relembrou momentos complicados da infância após a classificação diante do Fluminense. "Com sete anos eu estava numa cadeia jogando bola", disse ele

Com apenas 22 anos, Eduardo Santos Queiroz, ou melhor, Du Queiroz, não é um meteoro que despontou rapidamente para ganhar os gramados do Corinthians. Sua estreia aconteceu apenas em agosto do ano passado, mas, para se consolidar no meio-campo que tornou-se finalista da Copa do Brasil de 2022, foi muito tempo, suor e responsabilidade.

"É claro que a gente sempre sonhou (em disputar uma final), mas, em um momento da minha vida, quando eu estava no sub-23, eu pensei em desistir, porque estava difícil, complicado, mas todas as vezes que subi para treinar, não subi por acaso, Deus já tinha deixado escrito. Eu estava dando minha vida nos treinos quando o Sylvinho (ex-técnico) me enxergou. Fiz minha estreia, fui bem. Creio que, no profissional, aconteceu tudo muito rápido para mim, mas demorou para chegar, Deus estava preparando o caminho, foi difícil e doloroso", disse o jogador na zona mista após os 3 a 0 sobre o Fluminense, na noite desta quinta-feira.

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Jogar bola na cadeia com o pai

Vindo da favela, como ele mesmo voltou a afirmar após a vitória do Corinthians sobre o Fluminense, onde morava até outro dia, ele carrega as marcas da Vila Gomes, no Butantã, em suas chuteiras, quando, no Terrão, conquistou seu espaço. No entanto, não foi apenas nos campos alvinegros que ele jogou futebol na infância. Du revelou que por muito tempo precisou jogar, ou brincar, na cadeia.

"Com sete anos eu estava numa cadeia jogando bola e, hoje, vou disputar uma final da Copa do Brasil. Coisas que aconteceram na nossa vida, quando era pequeno, tive que frequentar uma cadeia, e acho que me amadureceu muito, eu cresci muito como ser humano, já ter responsabilidade de homem desde pequeno, acho que me influenciou muito para ser o que sou hoje. Muitas vezes têm críticas, mas só eu sei da minha identidade, do caminho que eu trilhei, das coisas que passei para estar aqui hoje. Nada foi por acaso", disse.

"Não fui eu que fui preso, foi meu pai, só que quando a pessoa está presa, a gente sofre junto, a família também fica presa junto. Sem palavras para tudo que estou vivendo", falou.

Sem esquecer suas origens, Du garante que, além de estar feliz por chegar a uma final no profissional, está treinando também uma outra coisa: a finalização.

"Muito feliz, é realização de um sonho para mim. Eu, que vim lá do Butantã, da favela, estar representando onde eu moro, acho que não tem sentimento maior que isso. Mas, só deixar claro: eu estou treinando muito a finalização, vocês não têm noção, o Vítor me pega depois do treino e treino bastante. Uma hora vou sair, na hora certa", finalizou.

O Timão vai enfrentar o Flamengo na final da Copa do Brasil, em jogos de ida e volta, nos dias 12 e 19 de outubro. O sorteio de horários e mandos de campo ainda serão realizados pela CBF. Além de estarem na decisão, as equipes ainda embolsarão uma grande quantia: mais R$ 25 milhões ao vice e R$ 60 milhões ao campeão.

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