Reconhecimento facial do Castelão registra "entrada dupla" de gêmeos no Clássico-Rei
Os irmãos gêmeos Gustavo e Rodolfo Cavalcante, de 49 anos, não conseguiram relataram problemas ao tentar entrar no setor especial da Arena Castelão. Mais reclamações foram registradas
A biometria facial começou a ser utilizada neste sábado, 15, na Arena Castelão, no primeiro jogo da final do Campeonato Cearense, entre Ceará e Fortaleza. A tecnologia, implementada para reforçar a segurança e agilizar o acesso ao estádio, esteve disponível em três setores da arena: premium, especial e camarote. No entanto, a estreia do sistema não foi isenta de imprevistos.
Um dos casos que chamou atenção foi o dos irmãos gêmeos Gustavo Cavalcante e Rodolfo Cavalcante, de 49 anos, que enfrentaram dificuldades ao tentar acessar o estádio – além de um problema na entrada do sobrinho deles.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Por serem gêmeos univitelinos, o sistema de reconhecimento facial os confundiu como se fossem a mesma pessoa. Gustavo, que entrou cerca de 10 minutos depois de Rodolfo, foi barrado sob a alegação de que já havia passado pelo controle de acesso.
"Com essa questão do reconhecimento facial, que é uma novidade, tivemos um probleminha. Meu irmão entrou uns 10 minutos antes do que eu, e quando fui passar no reconhecimento facial, a moça disse: 'você acabou de entrar'. Eu disse: 'como? Eu estou entrando agora'", relata Gustavo.
Após a intervenção de uma supervisora e a apresentação do comprovante de reconhecimento facial pelo celular – contando com a sorte dos irmãos estarem próximos –, o acesso foi liberado. Apesar da resolução do problema, os irmãos alertaram para possíveis dificuldades futuras para outros torcedores gêmeos que frequentam o estádio em setores diferentes ou em horários distintos.
"Ainda bem que estávamos juntos e indo para o mesmo setor. Mas pode ser um problema caso um vá para um setor e o outro para outro lugar. É uma questão que precisa ser observada para futuras melhorias", diz Gustavo.
Confira nota das Sesporte sobre o caso:
"A Secretaria do Esporte (Sesporte) informa que a entrada na Arena Castelão por meio do reconhecimento facial teve início neste sábado (15), no jogo entre Fortaleza x Ceará, pelo Campeonato Cearense, nos setores Premium, Especial e Camarotes. O público do jogo foi de 35.937. A entrada dos torcedores nos setores que receberam o reconhecimento facial foi tranquila e positiva. Sobre a situação relatada, será feita uma avaliação para determinar as causas e realizar os devidos ajustes. A Arena Castelão está preparada para receber na totalidade os torcedores cearenses com a biometria facial".
Princípio de confusão na entrada
Além do episódio envolvendo os gêmeos, outro membro da família teve dificuldades para acessar o estádio. Lucas Cavalcante, de 15 anos, filho de um dos irmãos, enfrentou um problema com seu ingresso de cortesia, mesmo estando com toda a documentação correta. O impasse gerou um princípio de confusão nas catracas do setor especial. A madrasta do jovem, Kitéria Duarte, relatou a situação.
"Eu e meu enteado ganhamos cortesias. Acho que foi na Secretaria do Esporte. A gente fez todo o processo de reconhecimento facial, cadastrou tudo no site. Quando a gente foi entrar, eu entrei primeiro, deu certo no meu. E o dele disse que tinham usado há dois minutos. A gente achou até que podia ter trocado os QR codes, mas não foi. O dele travou mesmo. E, apesar de ele estar com o nome completo e com o RG, deu erro. Ele é sócio-torcedor, mas o ingresso não era pelo sócio, e não permitiram ele entrar", conta.
Após uma série de verificações e tentativas de contato com a organização do evento, a entrada do adolescente foi liberada, mas o processo gerou frustração entre os familiares.
"O pai dele e o tio ficaram meio estressados por causa da burocracia. Eles estavam vendo que era um ingresso nominal, era um menor, e ficaram dificultando a condição para ele entrar. A gente esperou um tempo lá, nem sei quanto, porque foi um estresse, mas aí depois finalmente liberaram a entrada dele. A gente entende que tem essa questão do reconhecimento facial, que é início, que é começo, mas era tudo nominal. Se fosse uma cortesia, só um QR Code vazio, tudo bem. Mas estava com o nome dele, ele estava com o documento. Então, assim, acho que poderia ter sido liberado mais fácil levando em consideração que era um menor", diz.
A implementação da biometria facial na Arena Castelão faz parte de um projeto-piloto que pretende ampliar a tecnologia para todos os setores do estádio nos próximos meses. A administração da arena ainda não se manifestou sobre os ajustes necessários para evitar problemas semelhantes no futuro.
Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente