Tudo em casa no Clássico-Rei: as curiosidades e exigências dos jogadores para as residências

Tudo em casa no Clássico-Rei: as curiosidades e exigências dos jogadores para as residências

Corretores de imóveis Elihu Lira, torcedor do Ceará, e Davi Brito, fã do Fortaleza, estabelecem relação com atletas do futebol cearense, explicam o modelo de negócio e citam preferências dos novos residentes

Entre negociações milionárias e expectativa da torcida, uma outra movimentação de valores acontece nos bastidores do futebol cearense: a busca por moradia dos jogadores que desembarcam na Capital para jogar no Ceará ou Fortaleza. Os reforços dos rivais chegam com a missão de ser destaques nos gramados, mas, antes disso, precisam resolver algo tão urgente quanto: onde vão morar.

Ao Esportes O POVO, o alvinegro Elihu Lira e o tricolor Davi Brito, da Elihu Imóveis, conhecidos como "os corretores dos craques" do futebol cearense, falaram sobre os bastidores e os pedidos corriqueiros dos jogadores quando vão escolher a nova residência. Além disso, revelaram os maiores valores de aluguéis das casas dos atletas e como funciona o modelo de negócio.

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A imobiliária se especializou no atendimento a atletas e já auxiliou nomes como Pedro Raul e Richard, do Ceará, e David Luiz, Martínez, Mancuso e Gastón Ávila, do Fortaleza. Segundo os corretores, quase todos os titulares dos times têm contrato com eles pelo aluguel das casas e, diferentemente da atmosfera profissional, passam longe de ter qualquer rivalidade fora do campo, com alguns sendo até vizinhos.

Elihu conta o primeiro desafio é a urgência. Assim que pisam na cidade, os jogadores querem um lar pronto para uso o mais rápido possível. Na grande maioria das vezes, optando pelo aluguel em vez da compra. Pela vida corrida que levam entre muitas viagens, os jogadores costumam buscar praticidade, por vezes nem guardam mobílias.

"A casa, para ser perfeita para eles, tem que estar toda completa. Com sofá, cama, TV, geladeira e ar-condicionado. O que a gente chama de porteira fechada. Isso é o que eles buscam. Alguns até querem que já tenha panela, talher. [...] Por vezes até jardineiro, diarista”, relata.

“A gente teve um caso agora em que um jogador (que seria o novo) proprietário queria que entregasse antes do prazo, enquanto quem estava na casa só queria entregar três dias depois. E a gente ficou ali num fogo cruzado”, complementa.

Os valores mensais acompanham as altas exigências, sendo elas diferenciadas naturalmente pela carreira do atleta. Jogadores que passam pela Europa ou times de maior investimento costumam buscar casas mais valorizadas.

“Entre os jogadores do Ceará e do Fortaleza, eu acho que o mínimo que se paga hoje é por volta de R$ 15 mil por mês. O máximo que a gente tem contrato é pouco superior a R$ 60 mil mensais”, revela.

Apesar dos altos valores, os corretores admitem que esse tipo de negócio não é o mais lucrativo para sua imobiliária. Segundo eles, a comissão que recebem com a locação é pelo menos seis vezes inferior financeiramente do que o que teriam vendendo o mesmo imóvel, mas fazem pela boa relação. Muitas vezes, os corretores descobrem contratações antes mesmo de serem anunciadas oficialmente.

Davi Brito, que é ainda mais fã de futebol, conta que essa proximidade é especial para ele, que sempre conversa com os jogadores sobre momentos decisivos e revela que os argentinos são ainda mais amigáveis e até presenteiam com camisas: “Mas só querem churrasqueira se for a carvão, dizem: 'La parrilha tiene que ser raíz, tiene que ser'”.

Além dos pedidos mais específicos, que são raros, os jogadores costumam buscar conforto. Pedem piscinas, boa mobília, ambientes para a família e garantias de segurança. O fator torcida pesa na escolha. "O clubismo entre Ceará e Fortaleza é muito forte. Se o time vai bem, o jogador é ovacionado. Se vai mal, recebe críticas até na portaria do prédio. No condomínio, ele se blinda um pouco mais". Até por isso, eles têm optado mais pelas casas que não ficam na Beira-Mar, conta Elihu.

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