Venda da SAF do Ferroviário é adiada, mas assembleia seguirá o rito para abertura
A assembleia marcada para o dia 3 de janeiro, prevista para votação dos sócios-torcedores aptos quanto a venda da SAF do Ferroviário para um grupo europeu, agora será exclusiva apenas para o processo de abertura da SAFO Conselho Deliberativo do Ferroviário Atlético Clube esteve reunido nesta segunda-feira, 30, para uma reunião visando a assembleia geral prevista para esta sexta-feira, dia 3 de janeiro, que debateria a criação e venda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube. Na ocasião, a Tricorp, empresa responsável pela assessoria jurídica do clube, apontou pendências nas documentações enviadas pelos investidores que realizaram a proposta.
Assim, o clube retirou as pautas sobre venda da SAF da assembleia, deixando as pautas relacionadas a abertura da mesma, que independe da venda. Outro ponto divulgado pelo clube foi a lista de sócios aptos para voto, questão que foi uma das reclamações do vice-presidente, Pedro Bruno, em entrevista ao O POVO, na qual apontou ainda supostos vícios jurídicos no processo.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Ao Esportes O POVO, Geraldo Luciano, sócio da Tricorp que ocupou os cargos de presidente do Conselho de Administração da SAF do Fortaleza e de vice-presidente executivo do Leão, relatou que existem incongruências no contrato a serem resolvidas, por isso o pedido de paciência.
Leia mais
"Deixo bem claro que não estamos contra a operação, contra a venda da SAF, muito pelo contrário. É apenas uma questão de cuidado com uma grande instituição, um clube tão importante para o futebol do Estado, que é o Ferroviário. Tudo tem que ser muito esclarecido, muito bem formalizado, com os documentos nas mãos do clube e tempo para análise, pois é uma decisão muito importante", detalha.
Geraldo detalhou ainda que abertura da SAF do Ferroviário seguirá os moldes do Fortaleza, com o documento do Leão do Pici sendo base na formatação. Além disso, detalhou as diferenças da abertura para a venda e as sugestões que deu ao clube.
"São dois movimentos que a gente tem que entender que são completamente separados. Uma coisa é criar a SAF. Nisso está tudo pronto, não há problema nenhum, pode ser deliberado no dia 3 de janeiro. É uma coisa, por exemplo, que o Fortaleza fez no ano passado, só criar. Toda a documentação está feita, a base foi a do próprio Fortaleza. Para a venda é que ainda faltam informações e documentos super importantes. A nossa sugestão é aguarda e analisar", detalha.
"Ainda nessa semana houve negociações que mudaram a proposta original, até no sentido de melhorar as condições da proposta, e que eles [grupo europeu] não mandaram ainda. Documentos que a gente pediu como a certidão da empresa, são documentos absolutamente normais em um processo como esse. Como não se recebeu, não podemos recomendar a venda", completa.
A proposta atual prevê venda de 90% das ações da SAF para um grupo europeu. O Esportes O POVO antecipou a informação de que seria um investimento de R$ 110 milhões ao longo de 12 anos, além do pagamento das atuais dívidas do Tubarão. Contudo, o vice-presidente apontou à reportagem que esse valor inclui a somatória dos orçamentos anuais, previstos em R$ 10 milhões — patamar que o clube já atingiu em 2023, por exemplo —, com o time cearense recebendo apenas R$ 500 mil de aporte inicial dos investidores.
O que muda no clube caso com a possível venda
Segundo o vice-presidente Pedro Bruno, a venda da SAF altera o estatuto de clube de forma direta, por isso as reuniões precisavam atender à data limite prevista em 10 dias de antecedência na convocação. Ao Esportes O POVO, o dirigente detalhou o que a venda, caso concretizada, mudaria a parte administrativa do clube, sendo direcionado à SAF.
“Na criação da SAF e na venda da mesma, iria todo o departamento de futebol para a SAF, mais as categorias sub-20, sub-17 e futebol feminino. Disposições financeiras também, porque as receitas do departamento de futebol iriam para ela. A criação da SAF vai tirar ali o departamento de futebol da associação. Todas as receitas de camisa, de patrocínios, de cotas de participação de competições, tudo vai diretamente para a SAF. O CNPJ e tudo mais”, explica.