MP apura crimes de torcidas organizadas do estado do Ceará e suspende presidente
O Poder Judiciário determinou, pelo prazo inicial de 90 dias, algumas medidas cautelares ao presidente da Torcida Organizada do Ceará, como proibição de frequentar estádios e o uso de tornozeleira eletrônicaO Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio do Núcleo de Investigação Criminal (Nuinc), deflagrou a segunda fase da operação "Apito Final", que tem como objetivo investigar a participação de integrantes de torcidas organizadas vinculadas ao Ceará Sporting Club e Fortaleza Esporte Clube em conflitos e tumultos antes e depois de partidas.
A operação conta com o apoio do Departamento Técnico Operacional (DTO) da Polícia Civil e da 3ª Companhia do Batalhão de Choque da Polícia Militar.
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Na primeira fase do "Apito Final", deflagrada no dia 6 de abril deste ano, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em quatro sedes de torcidas organizadas vinculadas ao Vovô e o Leão: Cearamor, Movimento Organizado Força Independente (MOFI), Leões da TUF e Irmandade Tricolor (JGT). À época, duas pessoas foram conduzidas à delegacia, uma por posse de droga e outra por posse de arma.
Nesta segunda fase da investigação, a operação cumpriu nove mandados de busca e apreensão contra integrantes de torcidas organizadas - O MPCE não citou quais. No comunicado do MPCE, foi publicado que a ação baseou-se em pessoas suspeitas "de participarem de tumultos no Ceará e em outros estados da federação quando os times jogaram como visitantes".
Foram apreendidos aparelhos celulares, documentos e R$ 13 mil em espécie, que seguirão para análise do MP do Ceará. As medidas de busca e apreensão foram deferidas pela 10ª Vara Criminal da Comarca de Fortaleza.
Além disso, o Poder Judiciário atendeu solicitação do Ministério Público e determinou, pelo prazo inicial de 90 dias, as seguintes medidas cautelares ao presidente da Torcida Organizada do Ceará (TOC):
- afastamento das atividades junto à TOC;
- proibição de acesso ou frequência a estádios, à sede da TOC e do Ceará Sporting Club, a bares, a festas, a shows e a casas de prostituição;
- proibição de ausentar-se de Fortaleza por mais de sete dias sem autorização da Justiça;
- recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga e monitoração eletrônica.
O Esportes O POVO entrou em contato com o presidente da Cearamor, Jeysivan, e aguarda retorno para incluir na matéria.
"As investigações apontam que as principais sedes e subsedes das torcidas organizadas, por vezes, funcionariam como apoio para facilitar a logística de organização dos confrontos, depósito de materiais contundentes e artefatos explosivos, planejamento e organização das 'pistas' (brigas em locais públicos). Diante dos indícios, o Nuinc requereu à Justiça medidas cautelares de busca e apreensão nesses locais para coletar mais elementos de autoria e materialidade, assim como coibir a violência nos estádios", publicou o MPCE.
Comunicado da MOFI
Em comunicado por meio de assessoria, o Movimento Organizado Força Independente explicou que, na primeira fase da operação, houve uma busca e apreensão na loja da torcida. Na ação, foram levados celulares e um notebook. De acordo com a MOFI, nada ilegal foi encontrado.
Comunicado Leões da TUF
"O escritório FP Advogados, representado pelo sócio Filipe Pinto, que atua na defesa da torcida “Leões da Tuf” (de acordo com a matéria), afirma que a sede da torcida não dá nenhum apoio a possíveis confrontos e que foram realizadas várias buscas e nada de ilícito foi encontrado. Esclarecendo ainda que as sedes são pontos apenas de vendas de materiais esportivos e sempre a intenção da torcida será apoiar ao clube Fortaleza, fazendo as festas nas arquibancadas, como sempre ocorre. A defesa ainda afirma que tem total convicção que ao final dessa investigação tudo será esclarecido".
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