STJD reduz pena do Sport, libera 75% do estádio em jogo contra o Ceará e proíbe organizada
Em julgamento no Pleno, o clube pernambucano teve a pena de oito jogos com portões fechados reduzido para quatro, mas com portões "parcialmente fechados". O Leão já cumpriu três partidasEm julgamento do caso envolvendo o atentado sofrido pela delegação do Fortaleza em Pernambuco, o Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva decidiu reduzir a pena do Sport de oito para quatro jogos e puniu a equipe com portões parcialmente fechados. Ou seja, na decisão do STJD, o Leão da Ilha poderá ter 75% da capacidade do estádio liberado, mas com a proibição da presença da torcida organizada do clube.
Como o Sport já cumpriu três jogos, diante do Murici-AL, pela Copa do Brasil, e Náutico e Juazeirense pela Copa do Nordeste, o confronto diante do Ceará nesta quarta-feira, 10, pelas quartas de final do Nordestão, será o último da punição. Vale destacar que, para o jogo contra o Vovô, o Leão da Ilha não vendeu ingressos para o setor destinado à organizada responsável pelo atentado ao Fortaleza — restrição que já havia sido definida em decisão anterior do STJD.
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O resultado do julgamento criou um sentimento de “impunidade” na Federação Cearense de Futebol, entidade que participou ativamente do processo como representante de seus filiados, Fortaleza e Ceará. Ao STJD, a FCF pedia a exclusão do Sport do Nordestão e que fosse mantido o entendimento de que a chegada e saída do time visitante deve ser responsabilidade do clube local.
“Lamentavelmente observamos o resultado do julgamento. Poderia ter sido hoje uma resposta. Mas infelizmente, o que se observou, foi um julgamento que terminou com uma punição que, ao nosso ver, beira a impunidade. Já que o clube cumpre amanhã, somente com carga reduzida de 25% de sua torcida. Não há uma amplitude da decisão. Nós vemos que, o que aconteceu com o Fortaleza, que poderia ser um divisor de águas, uma mudança de postura, esse debate ainda precisa realmente ser mais aprofundado”, analisou Eugênio Vasquez, diretor jurídico da FCF.
Diante da definição do duelo entre Sport e Ceará, pela Copa do Nordeste, a FCF, sob alegação da falta de confiança na segurança pública de Pernambuco por conta dos acontecimentos recentes, sobretudo o do atentado contra a delegação do Fortaleza, ocorrido na fase de grupos da edição atual, solicitou ao STJD que a partida fosse realizada em outro estado, o que foi negado.
Inicialmente, no dia 12 de março, em julgamento na 2ª Comissão Disciplinar, o Rubro-Negro foi punido com oito jogos de portões fechados como mandante (e sem carga de ingressos como visitante) e multa de R$ 80 mil. Após a liberação do acórdão do processo, o departamento jurídico do clube da Ilha do Retiro entrou com pedido de efeito suspensivo e teve resposta positiva.
No dia 20 de abril, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) deferiu o pedido do Sport e concedeu efeito suspensivo para o clube voltar a ter público nos estádios após a punição pelo atentado de torcedores contra a delegação do Fortaleza, ocorrido no dia 22 de fevereiro, em Pernambuco. A medida ficou válida até o julgamento do caso no Pleno do Tribunal nesta terça, 9.
Felipe Bevilacqua, auditor-relator do caso, deu razão aos argumentos utilizados pela defesa do Sport no julgamento no Pleno desta terça-feira, 9, de que o atentado sofrido pelo Fortaleza não foi responsabilidade do clube, mas sim da segurança pública de Pernambuco.
Assim, Bevilacqua sugeriu ao Pleno diminuir a punição de oito jogos com portões fechados para quatro, com o adendo de ser apenas “parcialmente”, sem a presença de organizadas — ou seja, 25% do espaço do estádio —, o que foi acatado.
Presidente e vice de organizada do Sport são presos por envolvimento em atentado contra o Fortaleza
O presidente e vice-presidente da torcida organizada do Sport foram presos na última quarta-feira, 3, como parte da Operação Hooligans, por envolvimento direto ou indireto no ataque ao ônibus que levava a delegação do Fortaleza.
Segundo o Alessandro Carvalho, secretário de Defesa Social de Pernambuco, a investigação inicial apontou entre 80 e 100 pessoas envolvidas no atentado contra jogadores, comissão técnica e dirigentes do Fortaleza, que foram atacados com bombas e pedras momentos após o jogo contra o Sport, na madrugada do dia 22 de fevereiro, pela Copa do Nordeste.
Até o momento, desde que a Operação Hooligans foi instaurada, seis pessoas tiveram o mandado de prisão efetuado — ainda há mandados em aberto contra outros suspeitos que estão foragidos. As investigações estão ocorrendo sob o comando da Delegacia de Repressão à Intolerância Esportiva.