Ceará e Fortaleza discutem ações de combate à LGBTQIA+fobia em reunião com o MPF

Iniciativas como a realização de capacitações e campanhas de conscientização entre torcidas organizadas e clubes de futebol foram sugeridas durante o momento

O Ministério Público Federal (MPF) promoveu reunião para discutir a implementação de políticas públicas relacionadas à população LGBTQIA+, considerando a necessidade de combater a LGBTQIA+fobia em estádios do futebol cearense. O encontrou contou com a presença de representantes do Ceará e do Fortaleza.

Um dos temas conversados foi sobre a necessidade de criação de um Grupo Temático Interinstitucional de Combate à LGBTQI+fobia nos estádios de futebol do Ceará, assim como a realização de capacitações sobre o assunto entre os clubes e torcidas organizadas. O objetivo é tornar o ambiente de praça esportiva mais inclusivo e menos hostil.

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Os participantes da reunião também apontaram a importância de serem promovidas campanhas de conscientização com a efetiva participação de torcidas organizadas, jogadores e imprensa esportiva.

Quem participou do debate?

Participaram do debate representantes dos Ministérios Públicos Federal e Estadual, Ordem dos Advogados do Brasil-Ceará, Comissão da Diversidade Sexual e Gênero , Secretaria da Cidadania e da Diversidade do Ceará, Secretaria de Esporte do Ceará, Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará, Secretaria de Segurança Cidadã de Fortaleza, Coletivo Mães da Resistência, Ceará Sporting Club, Fortaleza Esporte Clube e Centro de Referência LGBT+ Thina Rodrigues.

Ceará foi multado por cânticos homofóbicos em jogo da Série B

Após parte da torcida preferir cânticos homofóbicos na partida contra o Vila Nova, no Castelão, no dia 19 de julho, o Ceará foi julgado pela 3ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e multado no valor de R$ 40.000,00.

STJD pune Ceará em R$ 40 mil por cânticos homofóbicos; clube não perde mando de campo

Diante do caso repetitivo, o Vovô promoveu um congresso para conscientização dos torcedores sobre homofobia e racismo. A reunião, que contou com a presença de líderes e membros das torcidas organizadas do clube, aconteceu no CT de Porangabuçu e teve a presença de representantes do Ministério Público do Estado do Ceará (MP-CE) e membros da diretoria alvinegra.

Torcida organizada do Fortaleza proferiu gritos homofóbicos durante partida contra o Coritiba

Os cânticos com teor discriminatório também ocorreram em jogos do Fortaleza neste ano. Um dos casos aconteceu durante a vitória por 3 a 1 diante do Coritiba, no Estádio Presidente Vargas, pela Série A do Campeonato Brasileiro.

+ Torcida organizada do Fortaleza profere gritos homofóbicos durante partida contra o Coritiba, no PV

As falas preconceituosas aconteceram, pelo menos, cinco vezes ao longo do jogo e foram puxadas pela Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF), em provocação ao rival Ceará. “Ceará gay”, era o que falavam os torcedores durante o primeiro e segundo tempo do confronto.

Na súmula da partida, o árbitro Matheus Delgado Candançan, de São Paulo, escreveu que “nada houve de anormal”. Portanto, os gritos pejorativos não foram relatados. O coletivo “Canarinhos LGBTQ+”, grupo que reúne adeptos de diversos clubes do país para combater a homofobia nos estádios, protocolou uma denúncia.

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