"Acabar de vez com isso": MPCE quer reunião com organizadas após cantos homofóbicos

Edvando Elias de França, Promotor de Justiça e Coordenador do Núcleo do Desporto e Defesa do Torcedor (Nudtor), destacou a necessidade de tentar acabar com cânticos de cunho preconceituoso e alertou sobre os riscos que isso pode causar para Ceará e Fortaleza

Durante a partida entre Ceará e Vila Nova-GO pela Série B, realizada no Castelão na última quarta-feira, 19, cânticos preconceituosos foram escutados vindo de uma parte da torcida do Vovô. Momentos depois, uma parcela da torcida visitante realizou igualmente o ato. Um aviso foi veiculado no estádio em repúdio as manifestações homofóbicas, o que provocou vaias na arquibancada. Músicas com o mesmo teor foram cantadas repetidas vezes após a advertência.

Em contato com o Esportes O POVO, o Promotor de Justiça e Coordenador do Núcleo do Desporto e Defesa do Torcedor (Nudtor), Edvando Elias de França, ressaltou que é preciso fazer um esforço para que tais atitudes não voltem a ocorrer.

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O coordenador disse, ainda, que pretende se reunir com as torcidas organizadas de Ceará e Fortaleza para realizar um diálogo sobre o assunto.

“Eu pretendo fazer uma reunião com as torcidas organizadas em breve para alertá-las dos riscos que eles correm, não só eles como o clube, com aquelas atitudes. Eu quero fazer isso o quanto antes, para a gente acabar de vez com isso”, afirmou.

No contato, Edvando salientou que o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) e o Nudetor já vêm buscando combater esses atos preconceituosos. O coordenador citou um ofício enviado à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para que os árbitros incluíssem na súmula dos jogos a ocorrência de atos homofóbicos e racistas.

Neste ano, a CBF estabeleceu no Regulamento Geral de Competições (RGC) que a infração de cunho discriminatório, inclusive por parte da torcida, será considerada de extrema gravidade. Entre as possíveis penas estão advertências, multas, vedação de registro ou transferência de atletas e até perda de pontos.

“Esses cânticos homofóbicos, racistas, não constroem. A gente vai tentar muito em breve. Hoje é quinta, eu quero ver se na próxima semana eu me reúno com as torcidas organizadas para a gente ter esse diálogo com eles primeiro”, finalizou Edvando.

Confira o vídeo do momento em que parte da torcida do Ceará ignora os avisos no Castelão:

 


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