Filme resgata glórias e dramas de Amilton Melo, jogador histórico do futebol cearense

Dirigido pelo jornalista Ciro Câmara e pelo documentarista Vinicius Augusto, o longa de 72 minutos conta detalhes da carreira do jogador que, em nove anos de carreira, foi campeão estadual por Ceará, Fortaleza e Ferroviário

Campeão estadual ao longo da década de 70 por Ceará, Fortaleza e Ferroviário, Amilton Melo, o “ídolo de todos”, terá sua história contada por meio de um filme. O documentário narra as glórias, dramas e polêmicas do meio-campista, que em apenas nove anos de carreira marcou seu nome na história como um dos principais jogadores cearenses de todos os tempos. A exibição acontece na manhã do dia 25 de março, no cinema do Shopping Riomar Fortaleza, em sessão para convidados.

Dirigido pelo jornalista Ciro Câmara e pelo documentarista Vinicius Augusto Bozzo, o filme conta com diversos entrevistados, como o cantor e compositor Raimundo Fagner, os ex-jogadores Zico, Sérgio Rêdes, Edmar Araújo e Marco Aurélio, os dirigentes Marcelo Paz, Evandro Leitão, Renan Vieira e Castelo Camurça, o pesquisador Evandro Ferreira Gomes, e cronistas como Tom Barros, Wilton Bezerra e Júlio Sales, além de familiares de Amilton.

Em conversa com o Esportes O POVO, Ciro Câmara relembrou porque escolheu contar a história de Amilton Melo por meio de uma produção cinematográfica. Apaixonado por assuntos relacionados ao resgate de temas antigos do futebol, o jornalista iniciou a produção do filme após ser instigado por um dos filhos de Amilton.

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“Eu sou amigo do filho mais velho dele, Sandro Camilo. E o Sandro sabe que no jornalismo eu sempre trabalhei com essa parte de resgate ao futebol. E ele sempre falava ‘Ciro, vamos fazer algo para resgatar a memória do meu pai, eu tenho essa dívida com a memória do meu pai, vamos fazer um projeto’. E aí eu entrei a convite dele. Então montei a equipe, iniciei a pesquisa e caí no campo. Começamos em agosto do ano passado e finalizamos em novembro”, contou.

O longa conta com 72 minutos de duração percorre temas importantes da vida de Amilton, focando não apenas na carreira, mas também trazendo reflexões sobre o esporte na década de 1970, o preparo psicológico do atleta para o fim da carreira, as diversas facetas do ex-jogador pós-futebol e o fim trágico dele, morto em 1997.

“O Amilton é um personagem intrigante. Movimentou o futebol com gols, títulos e rasteiras. Tinha uma personalidade forte, o que fez com que ele priorizasse o futebol cearense e encerrasse a carreira no auge. Mas também era simpático e bom pai. Então ele resume essas muitas personas, essas muitas ‘vidas’ em uma só, que teve um fim trágico e deixou tantas memórias que agora o documentário vem para resgatar”, destaca Ciro Câmara.

Quem foi Amilton Melo?

Nascido no distrito de Sucesso, em Tamboril, em 1949, Amilton Melo chegou em Fortaleza ainda criança. Iniciou os bate-bolas nas ruas do Parque Araxá e, em pouco tempo, já despontava como promessa no futebol de salão. A passagem para o campo foi natural. Mesmo com idade de juvenil, disputou partidas oficiais pelo Guarany de Sobral e América pelo Estadual de 1967. Em uma delas, a preliminar de um amistoso do Fluminense no PV, fisgou as atenções de ninguém menos que Telê Santana, treinador do Tricolor.

“De repente batem no portão aqui de casa e era o Telê querendo falar com meu pai pra levar o Amilton pro Rio”, conta a irmã do ex- jogador, Hildete Melo, que ainda hoje reside na mesma casa do encontro histórico. Foram dois anos na Cidade Maravilhosa e o retorno ao Ceará para assinar contrato profissional com o Ferroviário, iniciando trajetória de sucesso nos gramados locais e transações entre rivais que movimentaram as principais torcidas do
estado.

Foi campeão pelo Tubarão naquele ano. Depois de três anos na Barra do Ceará - com breve passagem pelo Atlético Mineiro comandado por Telê - assinou com o Fortaleza. Integrou o time bicampeão estadual em 1974, quando formou o histórico Quadrado de Ouro, ao lado de Chinezinho, Zé Carlos e Lucinho, sob o comando de Moésio Gomes.

Em 1977, deixou o Pici e rumou para Porangabuçu, onde foi peça importante no meio-campo do time tetracampeão cearense em 1978. Descontente por não ter o contrato renovado imediatamente, encerrou a carreira poucos meses após o título, tendo experimentado breve retorno aos gramados em 1990, pelo Calouros do Ar.

“Para mim, dos que eu vi jogar nos últimos 50 anos, o Amilton Melo é o maior jogador do futebol cearense”, aponta o comentarista Wilton Bezerra, que chegou a dividir bancada com Amilton na TV Educativa (hoje TV Ceará), quando o ex-jogador enveredou pela crônica esportiva, já aposentado dos gramados. Amilton atuou ainda nos ramos de construção civil, bancário, como comentarista de rádio e TV, e também como cantor e compositor, tendo lançado um vinil, Forregue.

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