Fortaleza perde para o Ceará por 1 a 0 mas garante classificação na Copa do Brasil
O Tricolor venceu o jogo de ida por 2 a 0 e levou a melhor no placar agregado, garantindo vaga nas quartas de final do torneioO Ceará venceu o Clássico-Rei por 1 a 0, mas o placar não foi o suficiente para reverter a vantagem de dois gols construída pelo Fortaleza no jogo de ida e, desta forma, o Tricolor do Pici avançou às quartas de final da Copa do Brasil. Com a classificação, o time comandado por Vojvoda garantiu R$ 3,9 milhões em prêmio e eliminou o Vovô do torneio pelo segundo ano consecutivo.
O Leão agora aguarda o sorteio dos confrontos das quartas de final da Copa do Brasil, que será realizado na próxima terça-feira, 19, a partir das 13h30min, na sede da CBF, no Rio de Janeiro. Os oito times classificados irão figurar no mesmo pote, o que significa que todos podem se enfrentar.
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O jogo
Embora a necessidade de fazer gols fosse do Ceará, que entrou em campo precisando reverter os 2 a 0 sofridos no confronto anterior, o protagonista do primeiro tempo foi o Fortaleza. O Tricolor, mais organizado em sua proposta de jogo, criou as melhores chances para abrir o placar e conseguiu neutralizar as tentativas de avanços do Vovô, concentradas principalmente pelo lado direito com Nino Paraíba.
Com menos de 20 minutos, o Leão já havia finalizado oito vezes, enquanto o Alvinegro nenhuma. Neste recorte de superioridade do time comandado por Vojvoda, Romarinho, aos sete, quase abriu o placar. No lance, o atacante recebeu dentro da área, puxou para o meio e chutou com força, mas João Ricardo se esticou e fez linda defesa.
Posteriormente, o Fortaleza ainda teve outras duas ótimas situações. Aos 11 minutos, Hércules avançou no ataque e deu passe para Pikachu, que finalizou cruzado. João Ricardo, novamente, espalmou e salvou o Vovô. Aos 15, Moisés recebeu na intermediária e partiu em velocidade. Contra três, o atacante fintou e encontrou espaço para chutar, mas a finalização saiu rente à trave.
A partir dos 30 minutos, o Ceará equilibrou a partida mantendo a posse de bola para si, porém com dificuldades para transformá-la em jogadas de perigo. As principais tentativas aconteceram por meio dos extremos do campo, do lado direito com Nino Paraíba, e do esquerdo com Mendoza. Ambos atuaram de forma isolada, sem nenhum tipo de aproximação de outros jogadores do Vovô para dar opção de passe ou tabelar, cenário que facilitou a marcação tricolor.
Não à toa, o Alvinegro, mesmo com a obrigação de vencer, não conseguiu finalizar nenhuma vez de forma correta no gol defendido por Fernando Miguel. A principal aconteceu por meio de um chute de Lima aos 34 minutos, na entrada da área, em que a bola passou raspando a trave. No geral, a equipe de Marquinhos Santos nos 45 minutos iniciais foi previsível, lenta nas articulações entre os setores e pouco incisiva em busca do tento.
Na volta do intervalo, o panorama apresentado na reta final do primeiro tempo continuou, com o Ceará tendo o controle da posse da bola, enquanto o Fortaleza, já cedendo mais espaços para Nino e Mendoza pelos lados, tentava explorar os contra-ataques. O Vovô, porém, retornou mais assertivo e intenso, conseguindo, em 10 minutos, acertar o gol duas vezes, ambas provenientes de chutes de Richard Coelho. As duas finalizações foram defendidas por Fernando Miguel sem muitos problemas.
A postura diferente do Alvinegro, aliado com a pressão territorial que conseguiu impor em campo, sufocando o Leão na defesa — que já não transicionava com tanta velocidade quando roubava a bola —, surtiu efeito. Aos 15 minutos, Richard Coelho levantou na área e Vina, como um exímio centroavante, subiu mais alto que Capixaba para cabecear a bola para os fundos das redes, diminuindo a vantagem do Fortaleza e incendiando a partida.
Diante da necessidade de vencer por pelo menos dois gols de diferença para levar a decisão aos pênaltis, Marquinhos Santos mexeu na equipe com o intuito de torná-la ainda mais ofensiva. Além de colocar Cléber no lugar de Zé Roberto, mudança feita ainda no vestiário, o comandante tirou Richard Coelho para por Iury Castilho, recuando Lima para fazer a função de volante.
Vojvoda, mesmo com o tento sofrido, não abriu mão da estratégia inicial, pelo contrário, reforçou o sistema defensivo ao colocar Habraão no lugar do volante Hércules, totalizando, assim, quatro zagueiros de ofício dentro de campo. Moisés, já desgastado fisicamente, deu lugar a Silvio Romero.
O confronto, então, ficou aberto. O Ceará tentava atacar de todas as formas, principalmente por meio da bola aérea, estratégia que resultou em boas situações, mas a maioria das finalizações eram travadas pelos defensores do Tricolor. O Leão, com espaço para contra-atacar, insistiu nesta ideia, mas pecou pelo excesso de erros nas conclusões dos lances.
Os minutos finais foram de tensão para os dois lados. O Fortaleza, se segurando como podia na defesa, enquanto o Ceará se lançando ao ataque em busca do segundo gol. Pikachu, aos 51, quase empatou a partida, mas João Ricardo fez defesa espetacular. No lance seguinte, já o último lance do confronto, Vina recebeu de Peixoto na entrada da área e chutou colocado. A bola, caprichosamente, carimbou o travessão e saiu pela linha de fundo, levando o jogador a lamentar de joelhos no chão.
Entre as várias bolas alçadas na área e os diversos cortes realizados pelos defensores do Leão nos momentos finais do jogo, melhor para a equipe de Vojvoda, que manteve o placar e conquistou a importante classificação na Copa do Brasil, chegando pelo segundo ano consecutivo às quartas de final do certame.