Presidentes de clubes cearenses relatam preocupações com quarentena do coronavírus: "Incalculável o prejuízo"
O Esportes O POVO conversou com os presidentes do Barbalha, do Atlético-CE e do Ferroviário para entender as dificuldades que as agremiações têm enfrentado"Chega a ser incalculável o prejuízo. Nem nós sabemos se vai ter campeonato. Ficam as contas para pagar. A gente compreende a situação. Todo mundo tem que ceder e se ajudar, os clubes pequenos, os grandes, as federações, a CBF." Este é o relato do presidente do Barbalha, Lúcio Barão.
A preocupação exposta pelo cartola é compartilhada, principalmente, por dirigentes de clubes com menor poder aquisitivo, no atual cenário de incertezas que a pandemia do coronavírus traz ao futebol. O Esportes O POVO conversou com os presidentes do Barbalha, do Atlético-CE e do Ferroviário para entender as dificuldades que as agremiações têm enfrentado.
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O futebol cearense está completamente paralisado. O Estadual foi suspendo por tempo indeterminado, assim como as atividades dos clubes locais. Diante disso, a receita e a rotina dos times foram afetadas diretamente, prejudicando o andamento de contratos de patrocínio, negociações de atletas e pagamento de despesas.
"Por enquanto, o futuro é nebuloso. Não temos nenhuma perspectiva", comenta Maria Vieira, presidente do Atlético-CE. "É uma situação difícil diante do cenário de indefinição", diz Newton Filho, mandatário do Ferroviário.
O dirigente coral explica que os contratos de patrocínio podem ser afetados durante a quarentena do coronavírus. "Estamos conversando com os patrocinados para que não haja a interrupção, entendendo a situação de todos", conta Newton.
O presidente do Ferroviário faz um apelo aos sócios-torcedores do clube neste momento delicado. "A receita mais perene é a do sócio. Nós pedimos que o sócio entenda e compreenda a situação do clube. É o momento de maior necessidade dessa receita que temos previsto mês a mês. O torcedor que puder continuar pagando seu sócio e aquele que puder aderir nesse momento. Estamos trabalhando para mantermos a receita."
O Atlético-CE se preparava para concretizar negociações de empréstimo envolvendo seus atletas. Depois do Campeonato Cearense, o clube ficaria sem calendário, tendo em vista que não está em nenhuma das divisões do Campeonato Brasileiro.
"Precisamos do campeonato como vitrine, mas entendo a emergência pelo qual passamos. Estávamos preparando empréstimos para outros clubes. E parou tudo de uma vez. O impacto é muito grande neste momento", disse Maria.
De acordo com a presidente da Águia da Precabura, o clube chegava em um momento crucial da temporada para fechar com patrocinadores. A prospecção acabou afetada pela pandemia. "Me preocupa muito a situação financeira do Atlético. Temos muito atletas contratados, inclusive, garotos da base. Devemos honrar nossos compromissos financeiros. É bem difícil imaginar esses próximos meses."
O salário dos atletas também é uma preocupação para o presidente do Barbalha. "Estamos tentando honrar nossos compromissos. Temos jogadores em hotéis, salários a pagar. Os contratos estão próximos do vencimento e temos que honrar. Não sei como será a situação daqui pra frente, se o campeonato vai voltar ou se faremos novos contratos", finaliza Lúcio Barão.
Na edição do jornal O POVO desta sexta-feira, 20, a situação de quarentena foi repercutida com os dois principais clubes do Estado: Ceará e Fortaleza. Os presidentes das equipes, Robinson de Castro e Marcelo Paz, ressaltaram a importância do programa de sócio-torcedor, mas demonstraram preocupações com o cenário de incertezas. O especialista no mercado do futebol, Fernando Ferreira, da Pluri Consultoria, fez uma análise sobre o atual momento do esporte e os desafios.
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