Léo Condé faz Ceará crescer no returno da Série B e conquista 2º acesso seguido
Em sete anos, o comandante conquistou quatro acessos, sendo este o segundo seguido da Série B para a Série AEra um domingo, 30 de junho, quando Léo Condé aterrissou em Fortaleza com a missão de recolocar o Ceará na elite do futebol brasileiro. Naquele momento, o mineiro assumia um time com a moral em baixa, na nona colocação da Série B. O objetivo era claro: terminar entre os quatro primeiros e reconquistar a confiança do torcedor. Em campo, precisava fazer ajustes significativos, mas também potencializar o que ficou de positivo na “Era Mancini”.
Quis o destino que um novo domingo, desta vez o do dia 24 de novembro, marcasse a comemoração do treinador pelo êxito no comando do Alvinegro, assim como o seu segundo acesso consecutivo, novamente em um clube nordestino. O Vovô empatou com o Guarani-SP, em Campinas, mas contou com uma boa combinação de resultados e confirmou sua vaga de volta à Série A de 2024 após dois anos na segunda divisão. A “cereja no bolo”, como o próprio descreveu.
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O acesso foi o quarto de Léo Condé em sete anos, o segundo consecutivo da Série B para a A. Foram dois da terceira divisão para a segunda – com Botafogo-SP, em 2018; e Novorizontino, em 2021 – e o mais recente, antes de chegar ao Ceará, levando o Vitória para a Série A com direito a título nacional.
Desde que o confiante e discreto técnico assumiu o comando do escrete preto-e-branco na 14ª rodada, foram 25 jogos disputados, com 14 vitórias, três empates e oito derrotas. Uma somatória de 45 pontos em 75 disputados, registrando o aproveitamento de 60%, um desempenho de campeão, superior ao do Santos (59%), que ergueu a taça desta edição. Com Mancini, o aproveitamento do Ceará ficou em 44%.
Dos pontos que potencializou, o principal destaque é Erick Pulga. Com Condé, o camisa 16 se tornou ainda mais decisivo, afinal, 70% dos gols do ponta foram na segunda etapa, culminando no título de artilheiro da competição com 13 gols marcados.
O principal ponto de desconfiança do torcedor até demorou um pouco, mas foi solucionado. Antes de Condé, mesmo com o melhor ataque do torneio, o clube detinha a terceira pior defesa, com uma média de 1,3 gols sofridos por jogo (17 em 13 partidas). A falta de equilíbrio fazia de pouco valer o aproveitamento ofensivo. Com o mineiro, a média baixou para 0,9 (24 gols sofridos em 25 jogos).
Para o acesso, o treinador, que terá a permanência discutida para o próximo ano – contrato seguia até o fim da Série B – teve outros pilares: no ataque, além de Pulga; Aylon e Saulo também mantiveram a constância. Junto, o trio anotou 34 gol na Série B. Na defesa, a entrada de João Pedro Tchoca, ao lado de David Ricardo, ajustou a zaga – a mais jovem da competição –, antes prejudicial ao time.
Quando deixou o Vitória, Condé se despediu em nota dizendo que o sentimento foi de ter entregue um trabalho que honrou a história de uma instituição de tanta tradição. No comando do Ceará, assim fez mais uma vez.
O acesso foi conquistado na última rodada, com jogos decisivos carregando roteiros daqueles que fazem o torcedor arrancar os cabelos. Incluindo o último, com um empate. Contudo, neste momento, o torcedor que vivenciou um ano de mudanças políticas e constante impaciência por organização e resultados, só queria o sonhado resultado final, que chegou a parecer longe do desfecho ideal em determinado momento, mas foi alcançado.