"Trio de Ferro" do Ceará de 2009 reforça torcida por novo acesso em Campinas

De forma exclusiva, o Esportes O POVO conversou com Heleno, João Marcos e Michel, três do responsáveis pelo retorno do Ceará à Série A, há 15 anos

15:52 | Nov. 22, 2024

Por: Victor Barros
João Marcos, Heleno e Michel formaram o histórico trio de ferro do Ceará na temporada de 2009 (foto: Marcos Campos e Fábio Lima)

Todo time de sucesso tem aquele setor que se destaca, muitas vezes marcado por uma parceria memorável. No futebol cearense, o ano de 2009 teve um trio inesquecível que marcou história com a camisa do Ceará, sobretudo na campanha da Série B, formado pelos volantes Heleno, Michel e João Marcos.

A trinca no meio de campo alvinegro foi o alicerce daquela equipe. Juntos, eles criaram uma base sólida que levou o Ceará a sofrer poucos gols e, assim, conquistar o tão sonhado acesso à Série A após 16 anos de espera.

Curiosamente, o palco para repetir este feito em 2024 é a cidade de Campinas (SP). Desta vez, o desafio será contra o Guarani, no Brinco de Ouro da Princesa, neste domingo, 24, às 18h30min. Em 2009, o Ceará, de Heleno, João Marcos e Michel, carimbou o acesso na última rodada da Série B diante da Ponte Preta, na mesma cidade do interior paulista.

Aproveitando o momento histórico e as coincidências com a temporada de 2009, o Esportes O POVO conversou com os volantes que formaram o famoso trio de ferro.

"O que tinha naquele elenco era união. Era um grupo fechado para tudo. Se íamos fazer um bingo, arrecadávamos juntos. O Geraldo, nosso capitão, saía pedindo ajuda. Essas coisas nos uniam muito e foram a base do nosso acesso", contou Heleno, o jogador da trinca mais voltado à marcação.

E completou, com um olhar para o presente: "Agora, vendo o Ceará na mesma situação, com a oportunidade nas mãos, é hora de se fechar. Em 2009, quando entrávamos em campo decididos a não tomar gol, não tomávamos. Vencíamos por 1 a 0, 2 a 0, 2 a 1. Não era com placares elásticos, mas nosso foco e raça faziam a diferença. Se jogarem com esse mesmo espírito, com certeza o acesso virá. Estou na torcida", completou.

Michel, que carregava a alcunha de "Guerreiro" junto ao nome pela entrega em campo, reforçou as memórias de 15 anos atrás. Com 255 jogos pelo Alvinegro, distribuídos em duas passagens (entre 2006 e 2011 e entre 2014 e 2015), o ídolo recordou a festa após o acesso.

"Para quem viveu aquele momento, é como ver um filme. Lembro do aeroporto lotado, da torcida comemorando pela cidade inteira. Foi um dos momentos mais marcantes da minha vida. Agora, espero que a história se repita contra o Guarani, em Campinas", disse o ex-camisa 5.

Ele ainda deixou uma mensagem para os atletas do grupo comandado por Léo Condé. "Meu conselho é manter a tranquilidade. Concentração é essencial. A ansiedade aparece, mas muitos dos jogadores já passaram por momentos decisivos como este e sabem lidar com isso. Para os mais jovens, a dica é lembrar que, no fim das contas, é apenas mais um jogo — claro, o jogo do ano —, mas é importante manter o foco e seguir o trabalho que já vem sendo feito."

João Marcos, o terceiro integrante do histórico trio, continua defendendo as cores alvinegras, agora como técnico do time sub-13. Com 366 partidas pelo Ceará como jogador, ele é um símbolo de dedicação e identidade.

"Fazer parte do acesso de 2009 foi algo muito especial. Depois de 16 anos, o Ceará voltou à elite do futebol. Aquele grupo ficou marcado pela identidade com o clube e pela forma como jogávamos com o perfil que a torcida gosta de ver em campo. Foi uma conquista que nos uniu aos torcedores de uma forma única", destacou João.

Agora, os nomes responsáveis por liderar o setor de meio-campo do Ceará em busca do acesso são Richardson, Lourenço e Mugni. Heleno, Michel e João Marcos já escreveram um capítulo vitorioso na história alvinegra. A esperança do torcedor é que, daqui a 15 anos, um novo trio seja relembrado com o mesmo carinho e as mesmas boas lembranças.