Dal Pozzo relembra ameaças, agressões e saída conturbada do Ceará: "Desumano"
Em Porangabuçu, Gilmar Dal Pozzo disputou apenas nove jogos, com 5 vitórias, dois empates e duas derrotas, encerrando sua passagem com 62% de aproveitamento
Na temporada de 2017, o Ceará começou o ano com Gilmar Dal Pozzo no comando da equipe. A passagem, porém, além de curta, acabou encerrando de forma conturbada em Porangabuçu. O trabalho dentro das quatros linhas era contestado pelo torcedor, mas o estopim ocorreu em fevereiro daquele ano.
Após o Alvinegro de Porangabuçu ter sido eliminado na Copa do Brasil para o Boavista-RJ, após perder por 2 a 1, ainda na fase inicial do torneio, a torcida do Vovô foi cobrar os atletas e comissão técnica na chegada do elenco em Fortaleza.
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As exigências, todavia, acabaram excedendo, como conta o próprio Dal Pozzo, no livro recém-lançado, "Vida de Treinador", do escritor Roberto Maleson. "O que aconteceu comigo no Ceará foi desumano. A gente fez um jogo lá contra o Boavista e quando nós voltamos, às 3 horas da madrugada no aeroporto, eu fui agredido, agredido com palavras. As pessoas estavam armadas dentro do aeroporto."
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"Ficou um trauma por algum tempo. Eu demorei para me curar disso porque fiquei muito desprotegido", disse o catarinense de 55 anos.
O técnico foi além e revelou, ainda, ameaças não só para ele, mas para sua família. "Essas mesmas pessoas que foram lá me agredir começaram a ameaçar minhas filhas e a minha família. Fui orientado a sair o mais rápido possível do Ceará, de Fortaleza. Então, eu fui para o jogo, eu fui para o trabalho, aconteceu tudo aquilo e ainda eu nem podia ficar na cidade", contou.
"Eu fui ameaçado. Então, foi muito difícil. Me senti muito mal. Ficou um trauma assim porque, mentalmente, eu sou muito forte. Talvez ali poderia ser o fim da minha carreira porque foi muito forte", finalizou.
Após essa série de episódio, o treinador deixou o escrete preto-e-branco. Em Porangabuçu, Gilmar Dal Pozzo disputou apenas nove jogos, com cinco vitórias, dois empates e duas derrotas, encerrando sua passagem com 62% de aproveitamento.