Presidente do Ceará se reúne com Esportes da Sorte e se diz seguro com patrocínio

Mandatário alvinegro assegurou que seguirá expondo a marca da bet na camisa do clube. Casa de aposta ainda não conseguiu autorização do Governo Federal para operar no Brasil

16:10 | Out. 08, 2024

Por: Lucas Silva
João Paulo Silva, presidente do Ceará, na Confut Sudamericana (foto: Paulo Matheus/ Press Foto Club)

A diretoria do Ceará esteve reunida com representantes da Esportes da Sorte em Recife para tratar sobre o imbróglio envolvendo a casa de aposta com o Governo Federal. Sem a regularização para atuar no Brasil, a empresa pode ter o site bloqueado. No entanto, a patrocinadora master do Alvinegro tenta acelerar o processo para dar prosseguimento, de forma lícita, as atividades no país.

A reunião contou com participação do presidente João Paulo Silva, que esteve in loco na sede da Esportes da Sorte. Em contato com o Esportes O POVO, o dirigente pontuou que a empresa está funcionando normalmente e que o acordo com o Ceará segue de pé, com a casa de apostas garantindo a conclusão do aporte de R$ 46 milhões — cerca de R$ 1,27 milhão por mês — no clube cearense para expor a marca na parte frontal da camisa.

No encontro, o presidente do Vovô ainda garantiu que seguirá expondo a marca da Esportes da Sorte na camisa. Dos clubes patrocinados pela empresa pernambucana, apenas o Athletico-PR suspendeu a exibição do símbolo da bet sediada no Recife. A empresa de apostas ainda patrocina Corinthians, Bahia, Grêmio, Palmeiras, Náutico e Santa Cruz.

João Paulo Silva também ressaltou que está seguro com a situação. Os compromissos firmados entre a Esportes da Sorte e o clube, segundo o dirigente, serão cumpridos integralmente. O contrato assinado entre a casa de apostas e o Ceará é o maior da história do Alvinegro de Porangabuçu.

Em meio à tentativa de regularização com o Governo Federal, a Esportes da Sorte conseguiu, com a Loteria Estadual do Rio de Janeiro (Loterj), a autorização para atuar no Rio de Janeiro. No entanto, a casa de apostas ainda não aparece na lista das bets autorizadas no Brasil.

No último dia 1º, o Ministério da Fazenda divulgou a lista das empresas liberadas para operar no país, constando 89 companhias. A ação faz parte da tentativa do Governo Federal de regular o mercado.

A partir desta sexta-feira, 11, está prevista a retirada do ar os sites que não tiveram os pedidos de autorização aceitos.

O Esportes O POVO tentou contato com a Esportes da Sorte nesta terça-feira, 8, mas ainda não obteve retorno. No último dia 1º, a empresa informou a reportagem que teria ocorrido um "erro formal" e estava procurando o Governo Federal para retificação, visando comprovar a situação documental. A companhia pernambucana alegou ter cumprido com todas as exigências da portaria do Ministério da Fazenda.

Entenda como vai funcionar o processo de regulamentação das Bets

O Governo Federal direcionará a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a bloquear e tirar do ar entre 500 e 600 sites de jogos de apostas online que não se regularizaram para operar no Brasil. Os detalhes foram divulgados pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que concedeu entrevista nesta segunda-feira, 30 de setembro, para o jornal da CBN da rádio CBN Nacional.

Haddad instruiu, na entrevista, que os brasileiros "exijam" o dinheiro de volta. O banimento é a primeira medida proposta pelo Governo Federal. O ministro completou: "Nós estamos orientando todo mundo a exigir o dinheiro que tem depositado lá".

Assim, de outubro a dezembro, só poderão continuar funcionando os sites autorizados e que já estavam atuando. Além disso, as empresas suspensas poderão fazer o pedido a qualquer momento, mas irão para o fim da fila, levando meses para terem a documentação e os requisitos analisados. A partir de janeiro, as empresas que operarem sem autorização estarão sujeitas a punições, com multas de até R$ 2 bilhões por infração.

A expectativa é que a pasta conclua, até dezembro, o processo de análise dos pedidos protocolados até agora. Com a aprovação, as empresas deverão pagar R$ 30 milhões de outorga para operar legalmente até três marcas cada uma por cinco anos, como estabelece a lei que legalizou as apostas eletrônicas no país.