Rito de votação de novo estatuto do Ceará é aprovado, mas causa divergência entre alas
O presidente do Conselho Deliberativo, Herbet Santos, falou ao Esportes O POVO sobre as decisões tomadasO Ceará realizou, às 19 horas desta quarta-feira, 28, em sua sede oficial, uma Assembleia Geral de caráter administrativo com associados proprietários, na qual foram definidos os ritos da votação para o novo estatuto do clube. Decidida na segunda chamada por não alcançar o quórum mínimo, a votação apresentou divergências entre a Diretoria Executiva e o Conselho Deliberativo, mas decidiu o local, quórum, formato de votação, e os horários.
O rito foi aprovado com 81 conselheiros presentes, que apresentaram seus quesitos de ordem e votaram nominalmente. Assim, foi definido que a assembleia para o estatuto contará apenas com sócios que estiverem aptos a votar – sem torcida presente –, será realizada de forma nominal e secreta, e terá que ter a aprovação de, no mínimo, dois terços dos presentes para ser efetivada.
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Ainda na reunião, o prazo de 48 horas foi retificado para o lançamento do edital de convocação do conselho, que indicará o dia 4 de setembro para a assembleia. O horário ainda será indicado, mas tem que estar, obrigatoriamente, entre as 8 e 22 horas. Herbet Santos, presidente do conselho, será responsável por dar cumprimento ao rito.
Divergências no rito da Assembleia
Ainda que o anteprojeto de estatuto tenha sido formulado pela Comissão Estatutária Provisória por ato conjunto dos presidentes da Diretoria Executiva e do Conselho Deliberativo, o presidente do conselho, Hebert Santos, fez um posicionamento exclusivo ao Esportes O POVO, indicando que o presidente do clube, João Paulo Silva, "não cumpriu com a palavra" no momento da definição.
“Não estive presente na assembleia. Tinha um consenso firmado pelos dois lados. João Paulo não cumpriu a palavra. Eu não concordo com a decisão tomada contra o estatuto do clube, mas o conselho deliberativo vai cumprir a decisão da assembleia. O projeto do novo estatuto está pronto com a previsão do voto do sócio torcedor já para 2024 e a responsabilidade da aprovação está nas mãos do presidente da executiva”, detalhou.
A reportagem procurou o presidente João Paulo Silva, que indicou que relataria as questões da reunião em breve.
Última tentativa de aprovação do Estatuto Social
Vale lembrar que o último projeto de Estatuto Social promovido foi aprovado no Conselho Deliberativo, assim como o atual projeto. mas rejeitado em Assembleia Geral no dia dia 17 de junho. Na ocasião, a votação contou com clima tenso.
No geral, 112 votaram contra e 104 a favor. Com o resultado, emendas como voto dos sócios-torcedores para presidente, possibilidade de transformação em SAF e remuneração para a diretoria executiva foram vetadas.
O presidente João Paulo Silva, naquele momento, se posiocionou contra os pontos do Estatuto proposto.
Diretor cultural do Ceará, Anacleto Figueiredo, se posiciona sobre o tema
"A assembleia anterior foi um triste capítulo na história do clube e jamais devemos permitir que se repita. Mulheres gestantes e idosas foram alvo de provocações sendo chamadas de "raparigas", tudo isso com aval do presidente do conselho deliberativo. Quem pratica ou endossa esse tipo de comportamento - seja quem for - não está à altura da nossa instituição. A convocação da assembleia foi uma súplica dos associados que foram humilhados na assembleia anterior.
Quem optou por não ir, não pode agora querer reclamar do que foi decidido, pois a oportunidade de se contrapor era na assembleia, que é o ambiente democrático de decisão do clube. Que fique claro: não houve, da nossa parte, nenhuma decisão que contrarie o estatuto. O art. 5º, IV do estatuto prevê o quórum de 2/3 para aprovação de alteração estatutária, mas eles querem mudar na marra e na marra não vão conseguir. Há um estatuto que tem que ser respeitado.
Agora, cada associado vai votar com segurança e tranquilidade, sem temer pela integridade física e sem medo de ser exposto e ameaçado. Isso é democracia. Vale lembrar que o time está vivendo um bom momento novamente. Conturbar o ambiente agora - tal como feito na outra vez - em nada contribui para o objetivo dos verdadeiros torcedores: o acesso. A responsabilidade pela aprovação não está nas mãos do presidente, porque ele não tem poder sobre ninguém, cada associado vota como quiser. O foco do presidente é o futebol", comunicou o dirigente.
*Atualizada às 18h38min
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