Mugni diz estar vivendo melhor fase da carreira no Ceará com ajuda da psicologia e da análise individual
Em entrevista exclusiva ao Esportes O POVO, o meio-campista falou sobre o momento vivido no clube, o aspecto psicológico e analisou o trabalho realizado pelo técnico Léo Condé
19:47 | Ago. 04, 2024
O meio-campista Lucas Mugni colocou como meta ao chegar no Ceará encontrar a sua melhor versão. Aos 32 anos, o argentino realiza a temporada com mais assistências da carreira, com oito em 28 partidas, estando entre os protagonistas do clube que visa o retorno à Série A do Campeonato Brasileiro.
Para alcançar o auge técnico, o camisa 10 do Alvinegro de Porangabuçu conta que trabalha a parte psicológica e técnica — ambos realizados extra clube, com um psicólogo e um analista individual.
Em entrevista exclusiva ao Esportes O POVO, o meio-campista falou sobre o momento vivido no clube, o aspecto psicológico, a pressão em atuar pelo Ceará e analisou o trabalho realizado pelo técnico Léo Condé, que considera “mais seguro” para o Vovô conquistar o acesso ao término da temporada.
Leia mais
Para encontrar a melhor versão e viver a melhor temporada da carreira, Lucas Mugni precisou investir no psicológico. O camisa 10 considera a parte mental como o pilar de um atleta de alto rendimento.
“Tenho um profissional que me acompanha, que é mais como um guia para mim. Me ajudou muito. Decidi que não iria me considerar um mal ou bom jogador. Ano a ano, iria trabalhar. Trabalhar para me superar. Está sendo o ano com mais assistência, porque eu me cobrei isso, participar mais em gols”, iniciou.
“Quero dar minha melhor versão. Estou querendo me superar, aceitando as dificuldades, entendendo que aqui terá uma pressão grande […] Vejo vídeos para ver o que posso melhorar dentro do meu jogo. Seja bom ou ruim, aceito tudo o que acontece”, completou.
Além da parte psicológica, Mugni investe em análise individual. Com auxílio do analista Kleyton Sampaio, conseguiu compreender mais os erros, enxergando que, em muitos momentos, eles acontecem pela ansiedade em campo.
“Foi uma das melhores coisas que fiz. No começo, me perguntou o que o treinador pretendia de mim […] A partir daí, tentamos fazer um trabalho com essas exigências, como posso melhorar no que está pedindo, e depois em detalhes, como posicionar o corpo e o que faço antes de receber a bola, se dou uma escaneada para ver onde está meus adversários, meus companheiros”, explicou.
“Consegui juntar isso (análise individual) com a parte psicológica. Muitas vezes o Kleyton me marcava em uma jogada e eu falava para ele que estava muito ansioso. Fizemos um vídeo com ele e meu psicólogo e eu falava, cara, não foi o posicionamento, eu estava ansioso. Estava cheio de ansiedade e não conseguiria ter a minha melhor versão”, concluiu.
Os trabalhos realizados extracampo fizeram o meio-campista entender que para performar em alto nível, precisa estar no meio-termo entre a ansiedade e a tranquilidade. Agora, sob o comando de Léo Condé, com mais participação no meio-campo, está vivendo o melhor momento pelo Ceará, com duas assistências em quatro partidas.
“O Léo pede paciência, conhece como é a Série B […] O jeito do Léo, com o jogo mais com bola no pé, estamos melhor posicionado e corremos menos. Cada um está na sua posição, quando perdemos a bola, temos a pós-perda mais rápida”, comentou.
Para conseguir o acesso ao término da Série B, o camisa 10 citou, durante a entrevista, a necessidade de ser consistente e de pontuar em cada rodada. O Ceará tem, diante do Guarani, na terça-feira, 6, a oportunidade de dar continuidade ao bom momento — não perde há três partidas.
Ocupando a 7ª colocação, com 26 pontos, está a três do G-4, podendo entrar na zona de acesso caso vença o Bugre de Campinas e Mirassol, Vila Nova, América-MG e Sport sejam derrotados.