CEO do Ceará diz que vai realizar "gestão de crise" e promete organizar clube ainda em 2024
Para o executivo, com o montante que irá receber, é possível organizar a casa, a partir de uma gestão organizada, com reajuste de contratos com fornecedores e controle das despesasCEO do Ceará, Danilo Bittencourt explicou em entrevista exclusiva ao programa Esportes O POVO, da Rádio O POVO CBN, nesta quarta-feira, 31, os processos que irá aplicar no Alvinegro de Porangabuçu enquanto responsável pelas principais áreas administrativas do clube. Durante a fala, contou que irá fazer “gestão de crise” e pontuou que apesar do momento financeiro “mais complicado” o Vovô tem ativos a receber, referente a valores da Liga Forte União (LFU) e patrocínios.
Para o executivo, com o montante que irá receber, é possível organizar a casa, a partir de uma gestão organizada, com reajuste de contratos com fornecedores e controle das despesas. Danilo Bittencourt foi enfático ao citar que “não se pode gastar mais do que arrecada” e que irá controlar, principalmente, os gastos do Ceará, além de deixar os processos organizados claramente, dialogando com todos os diretores estatuários do clube.
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“Minha meta principal é organizar administrativa e financeiramente o clube, planejando a média-longo prazo. O futebol necessita de capital, o clube tem muitos ativos a receber. (O Ceará) Passa por um momento financeiro mais complicado, mas são questões de fluxo de caixa. Desde 2018, quando a Globo, o principal player do mercado, mudou o fluxo de pagamento, trazendo para o modelo europeu que existe na Premier League e na La Liga, onde os clubes são remunerados por cotas fixas, exposição, audiência e performance. E isso tirou os clubes dos eixos”, iniciou.
“Você sai de uma receita de televisão de R$ 70 milhões para R$ 8 milhões. O ajuste dos contratos, das despesas, você tem que manter o time competitivo e não é um ajuste rápido. Tem que dispensar e montar elenco. Então, gera desconforto financeiro. Mas o clube tem muitos ativos a receber, direitos de liga, bons patrocínios, que conseguiremos organizar (ainda esse ano). Cheguei para fazer uma gestão de crise. Não tenho medo de desafio, dar minha cara a tapa, entrar em contato com fornecedores para ajustar”, completou.
Em atividade no clube há duas semanas, Bittencourt diagnosticou processos que precisam ser ajustados. A ideia é estruturar o modelo de administração pensando no futuro do Ceará para que, independente das gestões, a parte administrativa tenha um caminho organizado a seguir.
“Já fiz um diagnóstico e estamos mexendo em processos. Tem coisa que não pensamos pensar para implementar. Às vezes é só “implanta isso aqui”, é só decisão. Tem outras coisas que temos que estruturar, negociar, fazer mudanças de processos. Temos uma estrutura administrativa no clube, não estamos aqui para passar por cima de ninguém, existem as diretorias estatuárias, então, com todo respeito, entraremos em contato com cada uma, entender qual o melhor de cada área, o que há de planejamento. O clube tem pessoas boas, que funcionava bastante antigamente. Vamos trazer isso. Às vezes faltam novos ares”, explicou.
Durante a entrevista, o executivo-geral ainda disse que trabalhará para que a receita de match day seja a principal do clube na Série B, ou seja, a ideia é que os dias de jogos do Ceará deem ainda mais retorno financeiro, sendo uma contribuição aos direitos de televisão.
Por fim, Bittencourt pontuou que a sua chegada serve para deixar o presidente João Paulo Silva responsável pela área futebolística. Como exemplo, o CEO do Ceará explicou que não pode ser atribuição do mandatário o desligamento ou a contratação de um funcionário que não esteja ligado, diretamente, ao futebol. Danilo ainda afirmou que não se envolverá diretamente com o campo e que não terá participação nas contratações do clube.