Ceará terá 11ª troca de treinador desde o início da "Era Vojvoda" no Fortaleza

Entre 2021 e 2024, o Ceará tem uma média de quase três técnicos por temporada (2,75). Em 2022, ano do rebaixamento para a Série B, o clube teve cinco treinadores. Ano passado, foram três mudanças

20:10 | Jun. 26, 2024

Por: Lucas Silva
FORTALEZA, CEARÁ, 21-11-2023: Páginas Azuis entrevista do atual técnico do Ceará, Vagner Mancini. (Foto: Fernanda Barros/ O Povo) (foto: FERNANDA BARROS)

A demissão de Vagner Mancini, oficializada nesta quarta-feira, 26, após a derrota para a Ponte Preta pela 12ª rodada da Série B, resultará na 11ª troca de treinador do Ceará desde 2021. Os favoritos ao posto são Léo Condé, ex-Vitória/BA, Enderson Moreira, ex-Sporting Cristal/PER e Jair Ventura, ex-Atlético/GO.

Entre 2021 e 2024, o Ceará tem uma média de quase três técnicos por temporada (2,75). Em 2022, ano do rebaixamento para a Série B, o clube teve cinco treinadores. Ano passado, foram três mudanças.

Neste mesmo período, o arquirrival do Alvinegro de Porangabuçu, o Fortaleza, teve apenas um treinador: Juan Pablo Vojvoda está à frente do Leão do Pici desde maio de 2021. Durante a passagem do argentino, apesar de conquistas relevantes, ele também enfrentou crise técnica, flertou com o rebaixamento no Brasileirão em 2022 e teve desempenho questionável em algumas competições, mas foi sustentado no cargo pela diretoria, algo incomum do Ceará.

O número de treinadores também reflete a falta de convicção da diretoria alvinegra na procura por um nome que consiga implementar um trabalho sólido e a longo prazo no Ceará. Essa, inclusive, era a intenção do presidente João Paulo Silva, conforme revelado em entrevista para as Páginas Azuis do O POVO, em 10 de junho de 2023

Naquele momento, o dirigente havia acabado de fazer a primeira troca de treinador desde que assumiu a presidência do clube, demitindo Gustavo Morínigo e contratando Eduardo Barroca.

“Um dos pontos que eu queria muito para minha gestão era ter um treinador que passasse dois anos dentro do clube. Acho que isso é a virada de chave para ter bons resultados […] Infelizmente, os treinadores no futebol precisam ter resultado”, disse à época.

De 2021 para cá, Dorival Júnior, ainda na “Era Robinson de Castro”, que optou por deixar o clube após receber convite do Flamengo, e Vagner Mancini, efetivado para ser um dos responsáveis pela mudança de mentalidade do Vovô de 2023 para 2024, foram os treinadores contratados para desenvolverem um trabalho a longo prazo.

O técnico mais longevo do Vovô nos últimos anos foi Guto Ferreira, na primeira passagem, iniciada em 2020 e finalizada em 2021, após os insucessos no Campeonato Cearense, na Copa do Nordeste e na Copa do Brasil. Foram 96 partidas no período, tendo conquistado o Nordestão em 2020 e classificado o Ceará para à Sul-Americana. Em 2023, retornou ao clube, mas não conseguiu ter o mesmo êxito.

Após Guto Ferreira, apenas Vagner Mancini conseguiu superar a marca de 40 partidas à frente do Ceará. Ao todo, o treinador registrou 43 confrontos pelo Vovô, deixando o cargo com 47,7% de aproveitamento.

O técnico com menos partidas pelo Ceará foi Juca Antonello, efetivado para comandar o clube nos jogos finais da Série A de 2022. Foram cinco partidas, com apenas uma vitória. O mais criticado, porém, sem dúvidas, foi Lucho González, contratado para substituir Marquinhos Santos.

Ao todo, o argentino ficou 11 partidas à frente do Alvinegro de Porangabuçu, com apenas um triunfo. O Ceará foi o primeiro clube de Lucho como treinador.

Veja técnicos do Ceará durante a “Era Vojvoda” no Fortaleza

  • Guto Ferreira (2020–2021) | 96 partidas
  • Tiago Nunes (2021–2022) | 32 partidas
  • Dorival Júnior (2022) | 18 partidas
  • Marquinhos Santos (2022) | 17 partidas
  • Lucho González (2022) | 11 partidas
  • Juca Antonello (2022) | 5 partidas
  • Gustavo Morínigo (2023) | 24 partidas
  • Eduardo Barroca (2023) | 13 partidas
  • Guto Ferreira (2023) | 12 partidas
  • Vagner Mancini (2023–2024) | 43 partidas