Nino nega culpa em rebaixamento do Ceará: "Tomei o cartão, mas eu era o melhor em campo"
O jogador prestou depoimento nesta quarta-feira, 23, à CPI de Manipulação de Resultado em Partidas de Futebol e respondeu perguntas sobre seu envolvimento no esquemaEm depoimento à CPI de Manipulação de Resultado em Partidas de Futebol, o ex-lateral do Ceará, Nino Paraíba relembrou como se envolveu no esquema e confessou se sentir envergonhado, mas que não se vê como responsável pelo rebaixamento do Vovô na última temporada. Segundo o atleta, ele era o “melhor em campo” em todos os jogos do time.
“Me sinto envergonhado pelo papel que fiz. Agora falar que fui eu que rebaixou o time, isso aí em nenhum momento. Eu tomei o cartão amarelo, mas em todos os jogos eu era o melhor em campo”, disse o veterano.
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Ao ser questionado pelo deputado Danilo Forte (União Brasil) sobre como entrou no esquema de manipulação, Nino disse que foi abordado por uma pessoa chamada “LF” no Instagram, que inicialmente o ofereceu parceria para divulgar peças de roupa. “Nino você faz parceria?” Vou te mandar uns tênis e você posta”, disse o lateral relembrando a conversa com o apostador.
O jogador disse que algum tempo depois o “LF” lhe ofereceu 70 mil reais para que ele tomasse três cartões amarelos em jogos diferentes, desafio que foi aceito e cumprido por Nino. Para isso, o lateral recebeu 20 mil reais de adiantamento pelo pix, dinheiro enviado por um comparsa de “LF”, chamado Bruno. O restante do valor foi pago após o acordo ser cumprido.
Perguntado, ainda pelo deputado, sobre a identidade das pessoas que o ofereceram dinheiro em troca dos cartões amarelos, Nino disse que não os conhecia pessoalmente e que toda negociação aconteceu de forma remota, via Instagram e Whatsapp. Ele também afirmou que não conversou com seu empresário, parantes ou outros jogadores de futebol sobre ter aceitado participar do esquema na época.
Nino ainda revelou que recebia R$ 130 mil mensais no Alvinegro de Porangabuçu, mas que na reta final do ano o clube parou de pagar. Questionado se outros jogadores do Ceará também se envolveram no esquema durante o ano de 2022, o lateral limitou-se a falar que não sabia. Ao longo de todo depoimento, inclusive, Nino evitou se aprofundar no tema.
Nino Paraíbo foi punido por 400 dias pelo STJD
No dia 8 de agosto, Nino foi julgado pela 2ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e recebeu 400 dias de suspensão do futebol, além de pagar uma multa de R$ 40 mil, por conta do seu envolvimento no esquema de manipulação de cartões, quando ainda atuava no Ceará, descoberto pela Operação Penalidade Máxima.
Nino foi autuado nosartigos 191, III inciso, e 243, que preveem, respectivamente, punição para quem deixar de cumprir, ou dificultar o cumprimento de regulamento, geral ou especial, de competição e atuar deliberadamente, de modo prejudicial à equipe que defende.