Diretor do Ceará esclarece empréstimo de João Victor e cita "parças"

Tido como uma joia da base alvinegra, jogador está emprestado ao futebol japonês desde meados de janeiro

O diretor das categorias de base do Ceará, Israel Portela, concedeu entrevista exclusiva ao programa Esportes do POVO, da Rádio O POVO CBN, na manhã desta segunda-feira, 13. Na oportunidade, o dirigente esclareceu os motivos que fizeram o clube emprestar o atacante João Victor ao Tokyo Verdy, do Japão.

"João Victor era um garoto de 16 anos quando foi convocado pela seleção brasileira. Imagina um menino de 16 anos ser convocado para a seleção, já mexe com a cabeça do garoto. Quando ele voltou, a gente fez o contrato profissional com o valor de ‘1X’. O Guto (Ferreira) o levou para o profissional."

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Além disso, Israel falou sobre o mudança repentina de status do jovem e também comentou sobre amizades.

"O salário de ‘1X’ teve que ir para ‘8X’. Com ‘1X’, ele morava em Itaitinga, alojado pelo clube. Quando ele passa a ganhar ‘8X’, ele sai de Itaitinga e passa a morar na Beira-Mar. A família, que antes morava fora, já veio morar aqui. E, coincidentemente, o Ceará passa por uma oscilação e ele já não é mais utilizado. Isso tudo mexe com a cabeça de um garoto. Aparecem os 'parças', aparece todo mundo dizendo que é ‘o melhor jogador’, que é ‘o cara’, isso prejudica", comentou.

Retorno à base

O atacante se destacou no início da temporada 2021, sob o comando de Guto Ferreira. No entanto, meses depois, foi perdendo espaço no time. Diante de tal situação, o clube optou por colocá-lo na base novamente.

"Quando você desce um garoto assim para a base, você imagina como ele chega perante os outros. Achando que é o dono do time. Isso vai rendendo problemas que acabam prejudicando o grupo e sem ter um rendimento para justificar a escalação. O treinador só coloca quem está treinando melhor."

Israel ainda relatou que o jovem sofreu com problemas físicos durante o período.

"Ainda teve a questão física. Nem todos os jogadores de 16 anos tem estrutura óssea e fisiológica para aguentar uma questão de profissional", disse.

Ida ao Japão

Sem conseguir repetir as atuações que teve no passado, João Victor começou a frequentar o banco de reservas até na base. Com isso, a diretoria viu o empréstimo para o Tokyo Verdy, do Japão, com bons olhos. 

"Vamos tirar o João Victor desse ambiente, mandar para o Japão, que é um país disciplinador. Vamos recuperá-lo", comentou o diretor.

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