Robinson de Castro renuncia à presidência do Ceará: "Não estou saindo por pressão"
Após mais de uma década no clube do Porangabuçu, Robinson de Castro anunciou a renúncia do cargo de presidente nesta quinta-feira, 9Robinson de Castro anunciou nesta quinta-feira, 9, em pronunciamento ao vivo na Vozão TV, canal do Ceará no Youtube, a sua renúncia à presidência do clube. Desta forma, o 2º vice-presidente do Alvinegro, Carlos Moraes, assume como presidente interino imediatamente.
O Conselho Deliberativo do Vovô tem o prazo de 90 dias para convocar novas eleições para os cargos de presidente e vice-presidente da diretoria executiva. Atual diretor de Finanças do clube, João Paulo Silva é um dos cotados para candidato à presidência.
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"Não estou saindo por pressão. Fui para-choque desse clube desde 2008. Estou saindo do Ceará porque desencantei com o contexto, com as coisas que me davam prazer e deixaram de dar prazer. Eu perdi esse encanto com aquilo que estava fazendo. Estou começando a não ter amor pelo que faço. Melhor ir embora. Sou capaz de enfrentar qualquer tipo de pressão e ameaça. Uma coisa que tenho é coragem. Nunca tive medo, não tenho medo de covarde", afirmou Robinson.
"Eu me afastei publicamente. Foi uma decisão que tomei logo após a queda para a Série B. Era um momento de outra perspectiva para o clube. o Ceará vai voltar a Série A, não tenho nenhuma dúvida sobre isso", disse ele em outro trecho.
"Peço desculpas porque sou o maior responsável pelo clube. Foi um ano (2022) de decepção muito grande. Fiquei chateado com o grupo de jogadores pela falta de comprometimento, falta de respeito com o clube, a torcida e os funcionários. Eles (jogadores) não assumiram para si a responsabilidade. Tentamos de todas formas, cobramos de todas as formas, fizemos o possível e o impossível", comentou.
Robinson deixa o clube após mais de uma década dedicados ao Ceará. O dirigente assumiu o cargo de 2º vice-presidente em 2008, na gestão de Evandro Leitão, e cumpriu a função até 2009. De 2010 a 2015, ele esteve no posto de 1º vice-presidente e diretor de Futebol, ainda sob o comando Evandro.
Neste período, o Ceará conquistou um acesso para a Série A (2009), uma Copa do Nordeste (2015) e quatro títulos do Campeonato Cearense (2011, 2012, 2013 e 2014). No fim de 2015, Robinson de Castro foi eleito presidente do Alvinegro para comandar o clube no triênio 2016-2018.
O dirigente foi reeleito presidente no fim de 2018 para o triênio 2019-2021. Com aprovação do Conselho Deliberativo, Robinson chegou ao terceiro mandato na presidência para período de três anos, de 2022 a 2024, mas que chegou ao fim nesta quinta-feira, 9.
No período como presidente do Ceará, a equipe do Porangabuçu conquistou um acesso para a Série A (2017), onde permaneceu por cinco anos consecutivos, uma Copa do Nordeste (2020) e dois Campeonato Cearense (2017 e 2018). Sob o seu mandato, o Alvinegro disputou a Sul-Americana em 2021 e 2022.
Além de títulos no profissional masculino, o time feminino levantou a taça da Série A2 e assegurou o acesso para a elite do futebol nacional, em 2022. O Alvinegro foi campeão também do Campeonato Brasileiro de Aspirantes em 2021.
Da pressão à renúncia
Os vexames na temporada 2022 aumentaram a pressão sobre Robinson no Ceará. O dirigente se tornou o alvo principal da insatisfação da torcida com os seguidos tropeços no ano passado, como as eliminações nos pênaltis no Campeonato Cearense, na Copa do Nordeste e na Sul-Americana, a derrota para o Fortaleza na Copa do Brasil pela segunda vez consecutiva e o rebaixamento para a Série B.
Desde a queda da equipe, Robinson adotou o silêncio e se afastou do clube. Em 2023, o presidente não foi visto em nenhuma das partidas da equipe na capital cearense. Os jogos do Ceará no estádio Presidente Vargas foram marcados por protestos de torcedores, que cobravam a saída imediata de RC.